Quando vejo comentadores ( alguns com alvará de jornalista) apoiar a divulgação das imagens de interrogatórios judiciais, com o argumento do "dever de informar", percebo melhor a razão de as pessoas se marimbarem cada vez mais para o jornalismo e para os programas de debate político.
Eu digo alvará porque, na realidade, a carteira de jornalista hoje em dia é um documento merdoso que permite a qualquer crápula exprimir as suas opiniões ( por mais abjectas que sejam) na comunicação social, escudado no estatuto de jornalista e com a alegação da liberdade de imprensa.
É por estas e por outras que em alguns países ( mesmo no seio da UE) os governos começam a cercear a liberdade de imprensa.
No caso da divulgação das imagens dos interrogatórios a Sócrates ou a Miguel Macedo o que se passa é uma violação grosseira dos direitos individuais. O mesmo se diga se o arguido for um pedófilo, um incendiário, um criminoso ou um terrorista.
Os jornalistas que consideram essa divulgação como "dever de informar" são uns tipos perigosos dos quais fujo a sete pés, porque não gosto de ser confundido com escumalha.