Senhor Presidente da República
Não quero que fique com ciúmes, porque na semana passada escrevi um postal ao sr. primeiro ministro. e a si nem uma palavrinha de parabéns pelo segundo aniversário do mandato.
Acredite que lhe enviei um postal mas, como deve ser do conhecimento de V.Exª, desde que o seu partido privatizou os CTT, a empresa desleixou-se e agora só entrega correspondência, nos dias em que não tem mais nada para fazer.
Fique portanto V.Exª descansado, porque também tenho matéria para lhe escrever.
Ontem foi a Oliveira do Hospital para participar num festival de gastronomia, mas aproveitou para meter a colherada em assuntos do governo e dizer que o prazo para limpar as matas não é para levar a sério.
Permita-me que lhe diga que essa afirmação não é apenas uma intromissão na esfera do governo. É também o reconhecimento de que somos um país de brandos costumes, onde as leis são para cumprir apenas quando ( e se) um cidadão quiser.
É certo que V.Exª não disse mentira nenhuma. Se em Portugal os prevaricadores fossem punidos e os prazos fossem escrupulosamente cumpridos, Portugal estaria no pelotão da frente dos países civilizados.
Infelizmente somos um país de gente desrespeitadora, incumpridora, incivilizada e egoísta, onde as leis servem para emoldurar ou punir a arraia miúda.
Infelizmente, somos um povo que olha mais para o umbigo do que para o interesse colectivo, que apregoa a solidariedade, mas é profundamente egoísta. Por isso estamos na cauda da Europa em termos de civismo.
Mas, apesar de tudo isso, fica mal a um advogado, professor de direito de reconhecido mérito, dizer aos cidadãos para não se preocuparem com os prazos que as leis estipulam. Pior ainda é ouvir essas palavras da boca de um Presidente da República.
Espero que quando recomeçarem os incêndios, V.Exª se lembre da irresponsabilidade das suas palavras, antes de disparar sobre o governo e exigir a demissão de uma ministra.
Atenciosamente
Anexo: Para conhecimento de V.Exª, remeto cópia do postal que enviei ao sr. primeiro ministro
Acredite que lhe enviei um postal mas, como deve ser do conhecimento de V.Exª, desde que o seu partido privatizou os CTT, a empresa desleixou-se e agora só entrega correspondência, nos dias em que não tem mais nada para fazer.
Fique portanto V.Exª descansado, porque também tenho matéria para lhe escrever.
Ontem foi a Oliveira do Hospital para participar num festival de gastronomia, mas aproveitou para meter a colherada em assuntos do governo e dizer que o prazo para limpar as matas não é para levar a sério.
Permita-me que lhe diga que essa afirmação não é apenas uma intromissão na esfera do governo. É também o reconhecimento de que somos um país de brandos costumes, onde as leis são para cumprir apenas quando ( e se) um cidadão quiser.
É certo que V.Exª não disse mentira nenhuma. Se em Portugal os prevaricadores fossem punidos e os prazos fossem escrupulosamente cumpridos, Portugal estaria no pelotão da frente dos países civilizados.
Infelizmente somos um país de gente desrespeitadora, incumpridora, incivilizada e egoísta, onde as leis servem para emoldurar ou punir a arraia miúda.
Infelizmente, somos um povo que olha mais para o umbigo do que para o interesse colectivo, que apregoa a solidariedade, mas é profundamente egoísta. Por isso estamos na cauda da Europa em termos de civismo.
Mas, apesar de tudo isso, fica mal a um advogado, professor de direito de reconhecido mérito, dizer aos cidadãos para não se preocuparem com os prazos que as leis estipulam. Pior ainda é ouvir essas palavras da boca de um Presidente da República.
Espero que quando recomeçarem os incêndios, V.Exª se lembre da irresponsabilidade das suas palavras, antes de disparar sobre o governo e exigir a demissão de uma ministra.
Anexo: Para conhecimento de V.Exª, remeto cópia do postal que enviei ao sr. primeiro ministro
Um dos problemas de Marcelo, falar demais, leva a que se digam disparates como esse, o principal e que o Carlos descreve.
ResponderEliminarTambém reparei na imbecilidade do PR quando diz que "o prazo para limpar as matas não é para levar a sério".
Eu, o Carlos, o cidadão comum, poderíamos dizê-lo. O Presidente da República não pode.
Exacto! Boa semana, António
EliminarJá agora faria um post scriptum ao querido professor para perguntar se o prazo para pagar impostos é para levar a sério.
ResponderEliminarOu então será que existem leis mais leis que outras?
Boa sugestão, chakra
EliminarOntem senti um estranho frémito a percorrer-me a espinha.
ResponderEliminarQuando Marcelo disse que não pode haver portugueses de 1,ª, de 2.ª, de 3.ª.etc., incentivou depois o povo a exigir mais, mais apoio para os agricultores e outros... lembrei-me do seu antecessor que, quando quis iniciar a campanha contra Sócrates, apelou à revolta dos estudantes.
E tremi pela semelhança do apelo!...
Ao Marcelo acho que perdoo tudo.
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