Mariano Rajoy já respondeu à questão que lhe coloquei esta manhã.
Finge desconhecer o resultado das eleições na Catalunha e a impossibilidade de o Ciudadanos formar governo, não faz qualquer referência à vitória dos independentistas, recusa um encontro com Puigdemont e garante que o independentismo está a perder terreno.
Rajoy pode ler os resultados eleitorais ignorando a realidade - sinal de agravamento da sua paranóia- mas não pode deixar de tirar ilações do resultado obtidopelo PP na Catalunha: elegeu 3 deputados ( tinha 11), menos um que os radicais da CUP.
A sorte de Rajoy é o PSOE continuar à deriva, caso contrário o seu governo não chegaria ao final do ano. De qualquer modo, a actuação desastrada de Rajoy durante a crise catalã ( está para durar) demonstrou aos espanhóis e a todos os europeus com mais de um neurónio, que o PP continua fiel ao franquismo e a toda a traquitana que lhe está associada. E, como alguém escreve no "El Pais", a Cataluña foi palco da maior tragédia do PP , cujos efeitos devastadores não tardarão a sentir-se.
Igualmente em estado de negação está a UE. Face aos resultados das eleições catalãs, a Comissão garantiu que não irá alterar a sua posição. Não sei se o próprio Juncker acredita nisso, mas estou certo que serão poucos o que subscrevem a declaração.
Alguns ter-lhe-ao mesmo lembrado o Kosovo e outros que, ainda há um ano, Schaueble jurava a pés juntos, num discurso alucinado, que em 2017 Portugal iria pedir novo resgate, mas sucedeu exactamente o contrário daquilo que o bruxo alemão previra.
Daqui a um ano, se eu por cá andar e Rajoy ainda dirigir o destino de Espanha ( duas situações altamente improváveis) não me esquecerei de cobrar a Juncker a leviandade da sua afirmação.