Primeiro foram os Panama Papers. Grande estrondo. Muito barulho no início, seguido de um (in)explicável e comprometedor silêncio. Como se (afinal) nada se tivesse passado.
Agora o que está a dar são os Paradise Papers, a fuga fiscal dos famosos, que puseram a bom recato as suas fortunas, para não terem de pagar impostos.
Da realeza a estrelas da música , passando por magnatas, poucos são os que não puseram o seu dinheirinho a bom recato.
Poderá estranhar-se a presença de Bono, o solidário, na lista dos que andam a gozar com as pessoas que não podem fugir aos impostos porque trabalham por conta de outrem, mas Bono terá certamente uma explicação plausível para dar aos jornalistas: põe o dinheiro em off shores, porque com o que poupa em impostos, organiza mais espectáculos de solidariedade.
O que mais irrita nisto tudo, é que todos estão conscientes da impunidade. Eles nem fizeram nada de ilegal, apenas aproveitaram as oportunidades que o sistema criou para que sejam apenas os trabalhadores a pagar impostos e assim sustentar os mais ricos e poderosos.
Entretanto, a indignação vai esmorecer e ninguém mais se irá preocupar com os Paradise Papers, nem com os off shores. Até ao dia em que surja outro escândalo para alimentar a indignação. Porque o circo tem de continuar, para alimentar o povo de...indignação.