Boa noite.
quinta-feira, 5 de outubro de 2017
Memórias em vinil (CCLVI)
Boa noite.
Mitos das autárquicas
Os resultados das eleições autárquicas fizeram emergir três mitos que vale a pena desmontar
1- A grande vitória do CDS
O segundo lugar de Assunção Cristas em Lisboa não foi surpreendente face à inexistência de uma candidatura do PSD minimamente credível. O resultado foi excelente, sem dúvida, mas é abusiva a extrapolação para uma vitória extraordinária a nível nacional. É que o CDS apenas conquistou 6 câmaras ( mais uma do que em 2013) e, apesar do elevado score alcançado em Lisboa, a sua expressão eleitoral apenas cresceu 0,9%. Ou seja, o mesmo que o BE.
É absolutamente natural o entusiasmo de Assunção Cristas com o resultado em Lisboa e ela bem merece recolher os louros, pois foi uma vitória pessoal. Não teve medo de arriscar e retirou dividendos da sua audácia. Daí a erigi-la a líder da direita, vai uma longa distância. É um exagero que nem a derrota estrondosa de Passos Coelho justifica. Apesar de tudo, o PSD conquistou 15 vezes mais câmaras do que o CDS e teve o triplo da votação ( se considerarmos apenas os votos recebidos nas circunscrições onde concorreu sozinho).
Acresce que, salvo algum inesperado tiro no pé que conduza à liderança alguém do círculo de Passos Coelho ( como Montenegro, por exemplo), o PSD irá recuperar a credibilidade desbaratada nos últimos seis anos, o seu espaço e a liderança da direita.
Foi por isso sábio o conselho que Jerónimo de Sousa deu ontem a Assunção Cristas, sugerindo-lhe a leitura da fábula da Rã que queria ser Boi.
1- A grande vitória do CDS
O segundo lugar de Assunção Cristas em Lisboa não foi surpreendente face à inexistência de uma candidatura do PSD minimamente credível. O resultado foi excelente, sem dúvida, mas é abusiva a extrapolação para uma vitória extraordinária a nível nacional. É que o CDS apenas conquistou 6 câmaras ( mais uma do que em 2013) e, apesar do elevado score alcançado em Lisboa, a sua expressão eleitoral apenas cresceu 0,9%. Ou seja, o mesmo que o BE.
É absolutamente natural o entusiasmo de Assunção Cristas com o resultado em Lisboa e ela bem merece recolher os louros, pois foi uma vitória pessoal. Não teve medo de arriscar e retirou dividendos da sua audácia. Daí a erigi-la a líder da direita, vai uma longa distância. É um exagero que nem a derrota estrondosa de Passos Coelho justifica. Apesar de tudo, o PSD conquistou 15 vezes mais câmaras do que o CDS e teve o triplo da votação ( se considerarmos apenas os votos recebidos nas circunscrições onde concorreu sozinho).
Acresce que, salvo algum inesperado tiro no pé que conduza à liderança alguém do círculo de Passos Coelho ( como Montenegro, por exemplo), o PSD irá recuperar a credibilidade desbaratada nos últimos seis anos, o seu espaço e a liderança da direita.
Foi por isso sábio o conselho que Jerónimo de Sousa deu ontem a Assunção Cristas, sugerindo-lhe a leitura da fábula da Rã que queria ser Boi.
2- A CDU foi a grande derrotada
António Costa tentou desvalorizar a dimensão das perdas da CDU mas, na verdade, perder 10 câmaras em 34 é mesmo uma grande derrota, mesmo tendo em consideração que a CDU pode ter aumentado o número de eleitos.
À direita houve uma tentativa de desviar as atenções da humilhação laranja, dando grande destaque à derrota da CDU. Foram vários os argumentos invocados, sendo que o mais ouvido foi o de que em termos percentuais a CDU tinha perdido mais câmaras do que o PSD.
Argumento coxo e carente de credibilidade. A ser válido, dir-se ia que o grande vencedor das autárquicas foi o PAN que quase quadriplicou a votação em relação a 2013.
António Costa tentou desvalorizar a dimensão das perdas da CDU mas, na verdade, perder 10 câmaras em 34 é mesmo uma grande derrota, mesmo tendo em consideração que a CDU pode ter aumentado o número de eleitos.
À direita houve uma tentativa de desviar as atenções da humilhação laranja, dando grande destaque à derrota da CDU. Foram vários os argumentos invocados, sendo que o mais ouvido foi o de que em termos percentuais a CDU tinha perdido mais câmaras do que o PSD.
Argumento coxo e carente de credibilidade. A ser válido, dir-se ia que o grande vencedor das autárquicas foi o PAN que quase quadriplicou a votação em relação a 2013.
3- A geringonça está em perigo
Ao contrário do que muitos desejariam, os fracos resultados da CDU não colocarão em perigo o governo de António Costa. No PCP toda a gente sabe que repetir o erro de 2011 seria fatal para os comunistas. Acredito que a tensão social aumente, mas não de forma a tornar o país um palco de lutas partidárias constantes, com cobertura sindical da CGTP.
Se a corda esticar demasiado, em 2019 os portugueses acabarão por dar a maioria absoluta ao PS. Ora isso não seria bom nem para a esquerda, nem para o país.
Ao contrário do que muitos desejariam, os fracos resultados da CDU não colocarão em perigo o governo de António Costa. No PCP toda a gente sabe que repetir o erro de 2011 seria fatal para os comunistas. Acredito que a tensão social aumente, mas não de forma a tornar o país um palco de lutas partidárias constantes, com cobertura sindical da CGTP.
Se a corda esticar demasiado, em 2019 os portugueses acabarão por dar a maioria absoluta ao PS. Ora isso não seria bom nem para a esquerda, nem para o país.
A rã que queria ser boi
Embevecida com o resultado alcançado em Lisboa, Assunção Cristas desbragou ontem na Assembleia da República. O mínimo que se pode dizer é que foi mal educada e desrespeitou Jerónimo de Sousa.
Fiquei com a sensação que Cristas pretendeu mostrar que em termos de falta de chá, também rivaliza com PPC, que abandonou o hemiciclo quando António Costa ia começar a falar.
Na resposta o líder do PCP foi assertivo é letal. Aconselhou a peixeirinha do CDS a ler a fábula da Rã que queria ser boi.
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