Uma jornalista convida a presidente de um partido para uma entrevista.
Antes, ou no final ( está por esclarecer) a jornalista sugere que falta uma boa candidata para a junta de freguesia das Avenidas Novas, onde ela reside. Afiança mesmo que com um bom candidato o partido a que a entrevistada pertence, teria todas as hipóteses de vencer as eleições naquela freguesia. E ela, jornalista, até estaria disponível para se candidatar se a entrevistada quisesse.
Ali mesmo, em plena rádio onde (ia decorrer ou decorreu?) a entrevista, a presidente do partido aceita a oferta da jornalista e de imediato a convida para se candidatar.
No dia seguinte a jornalista demite-se do lugar de chefia na rádio, abandona o jornalismo e torna-se candidata do CDS à Junta de freguesia das Avenidas Novas.
A jornalista é Raquel Abecassis, filha de Nuno Abecassis, o presidente da câmara de Lisboa que até fez algumas coisas positivas, mas também transformou o Saldanha num braseiro e criou condições para que o Chiado ardesse naquele fatídico 25 de Agosto de 1988.
Não está em causa a honorabilidade de Raquel Abecassis, nem a legitimidade para se candidatar, mas esta relação leviana entre jornalistas e política encanita-me.
E corrói a democracia- digo eu...
Excelente momento para reforçar a (falta de) credibilidade de Cristas que há um ano previa o caos para Portugal.