Jorge Coelho tinha razão. Os independentes são muito perigosos.
Como se demonstrou no caso de Rui Moreira, quando os independentes ficam reféns da sua máquina adquirem os mesmos vícios e defeitos dos partidos. Com uma agravante: é que nas máquinas políticas dos independentes, a maioria são falsos independentes. No caso do Porto, já se percebeu muito bem de que cor são os independentes que " obrigaram" Rui Moreira a dar um pontapé ao PS.
Por outro lado, ao garantir que recusará um convite pós eleitoral de Rui Moreira, Manuel Pizarro demonstrou que ainda há gente com dignidade nos partidos políticos. Cada vez mais raros, é verdade, mas atendendo a que os independentes o são cada vez menos (atente-se, por exemplo, no número de candidatos autárquicos que se apresentaram como independentes em 2013- quando ser dos partidos do governo era meio caminho para a derrota- e agora concorrem nas listas do PSD ) será fácil concluir que, salvo honrosas mas raríssimas excepções, o rótulo de independente é apenas uma máscara usada por alguns candidatos para esconderem dos eleitores a sua afeição partidária, ou se "vingarem" do partido que não os escolheu como candidatos.