Compreendo perfeitamente a euforia dos benfiquistas após o empate do FC do Porto em Braga. É a primeira vez que ganham o tetra no seu historial, feito que adeptos de FC do Porto e Sporting já celebraram há muito. Quanto aos portistas até já celebraram um penta campeonato, facto inédito em Portugal.
A euforia justifica-se, também, porque há mais de 50 anos que o Benfica não ganha nenhum título além fronteiras. Foi há tanto tempo que os encarnados venceram a Taça dos Campeões Europeus, que a maioria dos adeptos benfiquistas nunca celebrou, pelo que não sabem o gosto que isso tem.
Essas duas míticas Taças Europeias que o Benfica venceu no início dos anos 60 são uma lenda que os seus adeptos querem tornar real. É legítimo.
Eu, que já vi o FC do Porto levantar por duas vezes a Taça que premeia o melhor clube europeu ( uma delas neste século), vi o meu clube erguer uma Taça UEFA, uma Liga Europa e duas Taças Intercontinentais, compreendo bem a ansiedade dos adeptos benfiquistas.
A euforia pela conquista do tetra é, por isso, muito compreensível. Pessoalmente ainda vibro com os inúmeros títulos nacionais e internacionais conquistados nos últimos 20 anos. Fazem parte da minha vivência, não são histórias que ouvi contar a pais e avós. Por isso, comemorar um tetra não me levaria a sair à rua. E muito menos a apoucar os adversários que os conquistem.
Compreendo a euforia dos benfiquistas, porque muitos deles sabem que se não fosse este ano, provavelmente nunca mais teriam oportunidade de comemorar a conquista de um tetra durante a sua vida.
Admito, por isso, que no próximo ano queiram conquistar o penta. E, num futuro próximo, que aspirem a comemorar, finalmente, a conquista de uma Liga dos Campeões, que nunca conseguiram trazer para a Luz. São aspirações legítimas. Eu também as tive e, felizmente, já pude saborear e celebrar tudo aquilo que os adeptos benfiquistas ainda anseiam conquistar.
Estou, por isso, de barriguinha cheia.