Há uns anos, quando Sócrates avançou com a ideia de construir um novo aeroporto, a blogosfera incendiou-se em discussões sobre a sua localização ( OTA ou o deserto da margem sul) e a indignação com o despesismo que seria a construção de um novo aeroporto de raiz.
A ideia foi abandonada por razões sobejamente conhecidas.
Com o decorrer dos anos e o aumento explosivo do turismo, o aeroporto da Portela tornou-se demasiado pequeno e a necessidade de encontrar uma alternativa inadiável.
O actual governo reconhece não haver dinheiro para construir um novo aeroporto, mas sabe que já não há tempo para adiar e, assim, optou por aproveitar a BA do Montijo para criar um novo espaço para as companhias aéreas.
Tanto bastou para gente que há anos se opunha de forma determinada à construção de um novo aeroporto,sair da toca para protestar contra a solução encontrada e defender agora o que rejeitava há meia dúzia de anos: a construção de um novo aeroporto.
Eu não percebo nada de aeroportos, mas há muito tempo que reclamo o encerramento da Portela e a criação de um novo aeroporto. Posso estar errado mas, pelo menos, mantenho a coerência. Só não saio a defendê-la porque sou coerente até ao fim e continuo a dizer que o encerramento da Portela e construção de um novo aeroporto- apesar de ser a solução ideal- é inviável, por agora, por falta de dinheiro. Ora lá diz o "pípal" que "quem não tem dinheiro não tem vícios, por isso avance-se para o Montijo. E rapidamente, para não acontecer com o aeroporto, o mesmo que aconteceu com a construção de uma bateria de costa na Pedra de Sal ( S. Pedro do Estoril).
A discussão sobre a necessidade de montar a bateria para proteger a nossa costa de ataques militares foi tanta, que quando Salazar anuiu já o dia D estava programado e a bateria só foi montada depois de a guerra terminar.