Ontem, na conferência " Justiça Igual para Todos", promovida pela Associação 25 de Abril, a Procuradora Geral da República deu como exemplo o caso Madoff, para justificar o atraso da Operação Marquês. Disse Joana Marques Vidal, com grande desfaçatez, que a investigação a Madoff durou 8 anos.
Peço imensa desculpa, senhora Procuradora, mas provavelmente deve ter andado a dormir. Toda a gente sabe - foi muito comentado na comunicação social e na blogosfera- que a investigação foi rapidíssima.
Enquanto Oliveira e Costa abria a porta à PJ em roupão e se divorciava para pôr todos os bens em nome da mulher, já Madoff tinha sido julgado, condenado e preso. Foi uma questão de meses. Preso em Dezembro, condenado a 150 anos de cadeia no Verão.
Pode a senhora Procuradora argumentar que muito antes de Madoff ser preso já andava a ser investigado. Concedo, masconcordará quehá uma grande diferença entre ser investigado em segredo e ser preso apenas quando existem provas ou ser preso primeiro e depois andar anos a cozer o acusado em lume brando, libertando para a comunicação social noticias e peças do processo, formando na opinião pública a ideia de que o suspeito é culpado. (Não me refiro apenas ao casoMarquês, mas sim a uma pratica que se tornou recorrente, pelo menos desde o processo Casa Pia).
Eu compreendo que esteja bastante desorientada com as diatribes da "Operação Marquês" e isso justifique a sua infeliz intervenção mas, por favor, seja mais rigorosa e não utilize argumentos que confundem a opinião pública, pois corre o risco de ser acusada de os ter utilizado de forma ardilosa.