Tem sido notícia nos últimos dias:
"Há cada vez mais jovens a consumir Ritalina"
Sinceramente não foi notícia que me preocupasse. Habitado que estou a ver miúdos de 14, 15 e 16 anos a cair de bêbados ou pedrados com coca em madrugadas de fim de semana ( que começam à quinta-feira), não estranho minimamente que também consumam drogas legalizadas como a Ritalina. Alegadamente, fazem-no para se concentrarem e conseguirem "absorver" melhor o tempo de estudo.
Quando era estudante, a Ritalina já era usada em vésperas de exames, ou como "droga dos pobres", por isso, a única coisa que me espantou, inicialmente, foi que os jovens de hoje ainda não tivessem descoberto um sucedâneo, porventura mais potente.
Passei da indiferença à indignação, quando vi um psiquiatra dizer que há pais a administrarem Ritalina a crianças com 2 e 3 anos de idade. É que isso já me parece quase crime.
Hoje, quando falava sobre o assunto com uns amigos, houve um que lembrou que a Ritalina substituía as sopas de cavalo cansado que, noutros tempos, famílias pobres e davam às crianças antes de irem para a escola.
A comparação é extremamente infeliz.
Com efeito, as crianças que iam para a escola com sopas de vinho eram pobres e os pais. além de serem analfabetos ou pouco instruídos, não tinham mais nada para lhes dar.
As crianças de 2 e 3 anos que hoje em dia consomem Ritalina, são filhas de pais com poder de compra que não estão para aturar a sua hiperactividade, as suas perguntas e a sua criatividade. Nada melhor, por isso, do que enfiar-lhes uma droga que os deixa como zombies, calminhos e livra os pais de perguntas "chatas" e incómodas. É um sossego.
Gostaria de perguntar a quem de direito,se pais que agem desta forma com os seus filhos não deviam ser inibidos do poder paternal por estarem a criar monstros telecomandados que, atingida a idade adulta, terão certamente comportamentos atípicos
Será que os pais de Donald Trump lhe terão dado Ritalina quando era miúdo?