A Europa é pioneira no reconhecimento dos direitos dos homossexuais. Nenhum dos 50 países europeus criminaliza as relações homossexuais e o casamento entre pessoas do mesmo sexo é reconhecido legalmente em 20, a maioria dos quais assegura aos membros de um casal homossexual os mesmos direitos civis dos cônjuges de um casamento heterossexual e proíbe qualquer discriminação.
O direito à adopção plena por casais homossexuais é reconhecido em oito países, entre os quais se incluem Portugal e França.
Face ao reconhecimento dos seus direitos em quase toda a Europa, seria de admitir que as opções homossexuais fossem encaradas socialmente de forma natural, mas na verdade não é isso que sucede. Veja-se, por exemplo, o que se está a passar em França em período pré-eleitoral.
Desde que Macron começou a subir nas sondagens, ameaçando derrotar Marine Le Pen e Fillon, começaram a circular rumores em França sobre a homossexualidade do candidato que congrega a esquerda, acusado de ter um amante.
Tal como aconteceu em Portugal com José Sócrates, o boato foi posto a circular pela direita e o objectivo é, claramente, afectar a credibilidade de Macron.
Chegado a este ponto, sou obrigado a concluir que apesar de a legislação garantir a não discriminação e lhes conceder os direitos anteriormente referidos, os homossexuais continuam a ser discriminados e a sua orientação sexual é usada como arma de arremesso por adversários políticos.
Concluindo: a legislação descriminalizou a homossexualidade, mas os homossexuais continuam a ser discriminados na cabeça de muita gente. Em França, em Portugal e em muitos outros países. Quantas gerações passarão até que a homossexualidade deixe de ser alvo de críticas e vista como “anormalidade ou aberração” na cabeça das pessoas?
Depende do que a escola fizer para limpar as cabeças cheias de macaquinhos no sótão.