Estava garboso Rui posto em sossego,
Colhendo dos erros de arbitragem doce fruto
Naquele engano de alma ledo e cego
Que a cegueira clubística não deixa durar muito.
Com voz estudada e altaneira
( ou seriam só peneiras?)
Acusou quem culpa os árbitros
(das derrotas)
De usar uma desculpa grosseira
( e a batota)
Para esconder os erros tácticos
(e as asneiras)
Com discurso sobranceiro
Mandou um subtil recado:
Aprendam a jogar primeiro
Para ganhar no relvado
Os árbitros são porreiraços
Ganham a vida a julgar
Se algum tem um percalço
Não os devemos culpar
Mas no Algarve a noite foi fatídica
E o sabor da derrota enfim provou.
Sem fazer uma autocrítica,
O dedo ao árbitro o Rui apontou.
A sentença chegou inclemente
E três dias depois, à beira Sado,
Foi o Benfica derrotado novamente.
Adivinham quem foi culpado?
(O árbitro, evidentemente...)
Moral da História: pimenta no cú dos outros é refresco.