O acidente com um catamarã no Tejo, que provocou mais de 30 feridos foi, essencialmente, fruto da falta de civismo.
O embate podia até nem ter sido notícia, se as pessoas soubessem comportar-se e respeitassem as normas.
Acontece, porém, que neste país de brandos costumes qualquer idiota, pela simples razão de ter um passe, ou pagar bilhete, se sente no direito de mandar às malvas as regras, porque sabe que a fiscalização ou é condescendente, ou não existe.
O "Público" escreve em título "Catamarã em velocidade excessiva causa 34 feridos no Tejo" mas, logo na entrada da notícia, aponta o nevoeiro como possível culpado.
Em parte alguma, porém, "o Público" escreve que os feridos poderiam ter sido evitados se as pessoas respeitassem a proibição de se levantarem antes de a embarcação atracar
Quem faz a travessia do Tejo de barco sabe muito bem que mal os barcos se aproximam do ponto de atracagem, dezenas de pessoas se levantam e dirigem para a porta, para serem os primeiros a sair. Eu sei que já deve haver por aí muito leitor a justificar esta fuçanguice com a pressa das pessoas em apanharem o transporte. Certo... mas talvez fosse melhor sairem de casa 10 minutos mais cedo, para não terem de andar a correr..
Eu sei que estas cenas acontecem em muitos países do mundo. Nomeadamente na Ásia ( ó como eu ouvi tantos portugueses em Macau criticarem os chineses por causa desta fuçanguice) e África mas também em países civilizados, obviamente.
Tenho ouvido dizer que Portugal pretende ser um país europeu. Só que é difícil, porque desperdiçamos muito dinheiro. Ontem, por exemplo, mais de 30 pessoas tiveram de ser assistidas nos hospitais, porque foram imprudentes e fuçangas. Isso custa dinheiro a todos os contribuintes em exames médicos que foram necessários para verificar se havia fracturas. E ocupou o tempo de médicos e enfermeiros que poderiam estar a assistir pessoas com problemas mais sérios.
Um desperdício de dinheiro e recursos, por causa de uns fuçangas que não sabem andar nos transportes públicos.
Estou preparado para ouvir as vossas críticas, mas não me conformo com a atitude displicente do tuga, nem com a complacência da fiscalização. Uma sociedade, para ser evoluída, tem de respeitar regras. Fingir que elas não existem,ou passar a vida a encontrar forma de as ludibriar é que não nos leva a parte nenhuma.