Quando Pedro Passos Coelho surgiu o na ribalta política, a comunicação social promoveu-o como uma pessoa honesta e íntegra.
Essa mesma comunicação social, cujos jornalistas paparam almoços durante a campanha eleitoral de 2011, para divulgar notícias abonatórias- a maioria das vezes falsas - sobre a integridade e amor ao país do líder do PSD, vendeu aos portugueses uma imagem adulterada de Passos Coelho. Os jornalistas que as veiculararam foram compensados com lugares no Estado, ou em empresas tuteladas.
Já Passos Coelho era primeiro ministro, quando se soube que tinha ligações pouco claras com a Tecnoforma, onde era consultor, apesar de ser deputado em regime de exclusividade. Soube-se, depois, que "contornou" o pagamento de impostos e não cumpriu as suas obrigações com a segurança social. Jornais, rádios, televisões e testemunhas abonatórias venderam aos portugueses a informação de que tudo se ficou a dever ao desprendimento de Passos Coelho pelos problemas burocráticos. Uma distracção de um homem imaculadamente honesto.
Passos Coelho vendeu quase todas as empresas públicas e outros bens do Estado. A comunicação social garantiu que não havia outra solução. Era a UE e o FMI que obrigavam o governo a vender, ao desbarato, património do Estado. A culpa, acrescentaram jornalistas afectos ao PSD, sob a capa de economistas encartados, foi dos portugueses que se julgavam ricos e se endividaram como loucos. Não havia outra solução. Era preciso roubar os salários de quem trabalha e tornar os ricos mais ricos, para que eles depois investissem dinheiro e criassem empregos.
A imagem de Pedro Passos Coelho vendida pela comunicação social foi sempre a de um homem honesto e com um grande amor ao país.
Apesar de tudo o que ficou escrito anteriormente, quem sou eu para duvidar da honestidade dos jornalistas que construíram a imagem de Passos Coelho?