Sinceramente, não percebo tanta indignação contra as taxas sobre álcool e açúcar. Se durante décadas a publicidade incentivou os cidadãos a fumar, sem que os governos pusessem travão à publicidade a um produto nocivo para a saúde, por que razão se levanta tanto alarido por causa de uma taxa sobre açúcar e álcool, produtos igualmente nocivos?
Há estudos que atestam ser o álcool ainda mais prejudicial à saúde do que o tabaco ( se atentarmos no número de jovens que aos fins de semana dão entrada em hospitais em coma alcoólico não custa nada acreditar e ainda menos prever que muitos desses jovens estarão acabados aos 40 anos)
O açúcar é responsável pelo aumento exponencial de jovens com diabetes e por uma série de outras enfermidades.
Por que razão terão de ser apenas os fumadores a pagar a factura de consumos pouco saudáveis?
Eu compreendo que Assunção Cristas se insurja por ter de pagar mais uns cêntimos pela Amarguinha, ou que Passos Coelho- que até já foi casado com uma Doce- proteste por ter de pagar um pouco mais quando lhe apetece comer algo açucarado ( pode estar tranquilo porque a taxa não tem efeitos retroactivos) mas o Estado tem por obrigação orientar os cidadãos para hábitos de consumo saudáveis, nomeadamente em matéria alimentar.
Cada um é responsável pelo seu corpo e tem os hábitos de consumo que lhe aprouver.Não tem é o direito de exigir que a sociedade pague pelos seus erros custeando, por exemplo, comas alcoólicos em febres de sábado à noite.