António Guterres acaba de ser eleito secretário geral da ONU por aclamação. Ontem e hoje, ao longo do dia, organizações de todo o mundo, representando todos os quadrantes ideológicos, aplaudiram a escolha do ex- primeiro ministro português para liderar a mais importante organização internacional.
No entanto, como não há bela sem senão, as organizações internacionais de mulheres foram quase unânimes nas críticas à escolha de Guterres, por se tratar de...um homem.
Uma dessas organizações diz que a eleição de Guterres é "um ultraje", outra fala em injustiça e uma outra de "jogos de bastidores" para eleger Guterres.
Achei especial piada a esta última. As organizações de mulheres não consideraram jogo de bastidores, nem golpada, a candidatura de Kristalina Georgieva.. Nem perceberam o significado da votação que colocou a candidata de Merkel na oitava posição entre 10 candidatos.
Quer isto dizer que para estas lideres das organizações de mulheres, o mais importante seria eleger uma mulher, independentemente das suas capacidades, do seu perfil, ou de ser eleita à custa de uma jogada badalhoca liderada por uma alemã megalómana e sem escrúpulos.
Esta posição das organizações de mulheres diz muito sobre o carácter das suas dirigentes e sobre os princípios que norteiam essas organizações.
Digo-o há muito...As mulheres são as piores inimigas delas próprias e as organizações que teoricamente as representam, o maior obstáculo à aceitação das suas reivindicações junto da opinião pública.
Na verdade não se trata de mulheres. É mulherio. No pior sentido do termo. Estas organizações fazem muito mal às mulheres e descredibilizam a luta de muitas que, desde o tempo das sufragistas, exigem igualdade de direitos.