Nunca experimentei a Uber. Apesar de várias pessoas amigas
me terem afiançado que o serviço é
excelente, mais cómodo e mais barato do que o táxi, sempre tive em consideração,
na hora de recorrer aos serviços de taxi, que os taxistas têm despesas que os motoristas da Uber não
têm, como é o caso do alvará.
Apesar de reconhecer o tratamento quase primitivo de muitos
taxistas e o incómodo que representa ter de ouvir música em altos berros, ou
comentários trogloditas, durante o percurso, desde que a luta com a Uber
começou, admiti que o governo tinha uma tarefa difícil para resolver, se
quisesse ser justo. Estive do lado dos taxistas, por considerar que estavam a
ser vítimas de concorrência desleal.
O governo conseguiu resolver o problema de forma equilibrada
que, admito, não terá agradado inteiramente aos taxistas, nem à Uber. É normal
nestas situações.
Menos consensual é que o desagrado dos taxistas tenha tido
como consequência uma série de ameaças, veiculadas para a comunicação social,
através de Florêncio de Almeida, dirigente da Antral.
Ao insinuar que os taxistas irão fazer justiça pelas
próprias mãos, podendo mesmo recorrer à
violência para resolver o problema, Florêncio
Almeida não dá apenas um tiro no pé, debilitando ainda mais a imagem dos taxistas junto da opinião pública. Afasta
centenas de utilizadores dos serviços de taxis
Pessoalmente, não tenciono voltar a utilizar um táxi,
enquanto a ANTRAL não retirar as ameaças e pedir desculpa aos utentes pelo seu
comportamento.