Podia acusar o calvinista que veio da Holanda, para arbitrar no Dragão, de ter impedido o FC do Porto de vencer hoje a Roma por ter tomado decisões que, objectivamente, prejudicaram o meu clube.
Não o vou fazer, porque não é totalmente verdade.Embora o holandês tenha actuado de forma a demonstrar que não é só o holandês dos caracolitos que odeia portugueses, a culpa do empate foi dos azuis e brancos que entraram mal no jogo, nervosos, a errar passes e lentos na recuperação de bolas. Foram dominados durante 25 minutos e ainda fizeram um autogolo que colocou os italianos em vantagem e com o apuramento para fase de grupos na mão.
A reacção azul e branca começou no último quarto de hora e o resultado podia ser diferente ao intervalo, se o calvinista que estava plantado na linha de fundo tivesse visto uma mão de um italiano na área, que toda a gente viu, menos ele, porque devia estar a ver no smartphone se o cheque já tinha sido depositado na sua conta.
A segunda parte foi portista, com um golo de grande penalidade ( o calvinista que estava na outra linha de fundo via melhor do que o camarada do lado oposto), um outro golo anulado, depois de vários minutos de consulta entre o calvinista chefe e os seus apóstolos e algumas oportunidades perdidas.
O FC do Porto perde à cabeça 15 milhões, as contratações para a nova época tornam-se mais complicadas, mas vai jogar a Liga Europa onde com este plantel tem boas hipóteses de passar a fase de grupos.
Estou a ser irónico, mas é para desalinhar desde já daqueles que irão dizer que a Liga Europa é para ganhar. Não é. O Dragão perdeu grandes jogadores nas últimas épocas, gastou imenso dinheiro com aquisições de jogadores que se revelaram mercenários e hoje em dia não tem equipa. Vai demorar alguns anos a reconstruir um trabalho que deu frutos, mas se desfez em poucos meses, quando Pinto da Costa acreditou ter encontrado o seu sucessor e foi na conversa de contratar o inexperiente Paulo Fonseca, primeiro, e depois o basco Lopetegui que, não sendo mau treinador, não tem a mística necessária a uma equipa como a do FC do Porto. Terá estaleca para a selecção espanhola? Não falta muito tempo para sabermos a resposta.
A Liga dos Campeões esta época já era. O importante, agora, é construir uma equipa que devolva ao FC do Porto os seus tempos de glória. Vamos lá ver se isso é possível, sem uma limpeza drástica no balneário directivo, onde os candidatos a sucessores de Pinto da Costa se acotovelam e pontapeiam, perante a passividade do presidente dos dragões, incapaz de puxar do cartão vermelho e expulsar as ervas daninhas que estão a destruir o clube.