Já há umas semanas se sabia que Roma iria ser dirigida por uma mulher. Ontem, a segunda volta das eleições autárquicas em Itália confirmaram a vitória de Virginia Raggi, candidata do Movimento 5 Estrelas.
As mulheres em Itália sempre tiveram dificuldade em alcançar lugares políticos de topo, pelo que a escolha de uma mulher para dirigir a capital italiana era algo impensável há poucos anos. Beppe Grillo, porém, apostou nas mulheres e além de uma vitória histórica em Roma, conseguiu também eleger prfesidente a sua candidata em Turim,
A vitória de Virginia Raggi surpreende, também, porque ela manifestou a sua oposição à candidatura de Roma aos JO de 2024 e desferiu fortíssimos ataques à Mafia.
Contrariando o que escrevi em 2013 sobre o Movimento 5 Estrelas, Beppe Grillo regressa à ribalta especialmente graças a duas mulheres.
Não é claro que os resultados das eleiçõea autárquicas em Itália reflictam o sentido de voto numas legislativas, que poderão estar próximas, se em Outubro o referendo convocado por Matteo Renzi para alterar o sistema político for rejeitado pelos italianos.
Nesse caso haverá legislativas antecipadas e ficar-se-á a saber se o 5 Estrelas pode aspirar a voos mais altos ou, pelo contrário, a grande beneficiada não virá a ser a extrema direita. É que Georgia Meloni, candidata que ficou em terceiro lugar na primeira volta das eleições de Roma, diz-se admiradora de Mussolini e admite ter uma boa relação com o fascismo, sendo apoiada pela Liga Norte.
Entre a vitória de uns radicais de extrema esquerda absolutamente loucos e uma extrema direita ansiosa por regressar ao poder para acabar o trabalho de Mussolini e Hitler, venha o diabo e escolha. Vêm aí dias difíceis e Itália será apenas mais um problema para esta Europa feita em cacos.