Desde que tomou posse, Marcelo Rebelo de Sousa insiste em unir as duas partes do país. A missão sempre me pareceu impossível, até porque uma das partes é descaradamente apoiada pela Igreja.
Desde há muito que a selecção portuguesa parece ser o único elo de ligação entre os portugueses, mas essa união só dura episodicamente, enquanto duram as competições. Uma vez terminadas e consumado mais um insucesso, as desavenças recomeçam. Não se pode, pois, esperar muito da selecção como mediadora entre os portugueses desavindos.
Este fim de semana, porém, surgiu um sinal de esperança proveniente do sítio do costume: o mundo do futebol.
Não percebi ainda a propósito de quê, a comunicação social tem dado grande destaque a Luís Figo ( conhecido em Espanha por pesetero, depois de trocar o Barça pelo Real) por ter desferido um feroz ataque a Pinto da Costa. Desvalorizadas as mentiras de Figo ( o FC do Porto este ano não ganhou só bilhar, Luís. Venceu o nacional de basket, o nacional de juniores em futebol , a II Liga, etc) sou obrigado a reconhecer o grande papel que pode estar reservado ao antigo capitão da selecção nacional na tarefa de unir os portugueses. É que ele conseguiu unir comentadores do FC.do Porto, Sporting e Benfica, na crítica unânime ao seu descabelado ataque a Pinto da Costa. Sinceramente, não me lembro de mais ninguém que nas últimas décadas tenha conseguido um feito tão espectacular!
Atrevo-me a sugerir a Marcelo que convide Figo para mediador das desavenças entre os portugueses mas, pelo sim pelo não, é melhor perguntar quanto é que ele cobra pelo pequeno almoço...