O último Sexta às 9 confirmou-me que, pelo menos um, é muito difícil de realizar. Só que continuo sem perceber porquê...
O grande problema da ACT reside no facto de os inspectores do Trabalho terem sido desviados para outras tarefas pelo governo dos Mafiosos Pafiosos. O importante para o governo que apostava no crescimento da economia, assente em trabalho escravo, era retirar aos inspectores capacidade e meios que lhes permitissem fiscalizar as empresas, detectar as irregularidades e agirem em conformidade. Ao entregar-lhes tarefas burocráticas, Pedro Mota Soares, a beata de duas rodas, deixou os patrões em roda livre, para praticarem todas as violações aos direitos dos trabalhadores.
No último Sexta às 11, ouvi depoimentos (de rosto destapado) de trabalhadoras a quem é negado pelos patrões irem à casa de banho ou beber água, durante os horários de trabalho, uma doente com cancro a quem foram descontados os dias em que teve de deslocar-se ao hospital e outras atrocidades praticadas por abjectos vigaristas, que se intitulam empresários.
É certo que estes monstros têm a conivência de muitas empresas de trabalho temporário que fomentam e "legalizam" a exploração do trabalho escravo através de esquemas abjectos, que escarnecem dos trabalhadores, mas o actual governo não desconhece a situação e já devia ter tomado medidas que acabassem com esta exploração, que já não via desde o dia em que visitei uma fábrica de uma grande multinacional no Vietnam.(Situações bem piores, há que dizê-lo...)
Por outro lado, PCP e BE tinham obrigação de denunciar estas situações e exigir a António Costa que dote a ACT de condições para fazer o seu trabalho. E já agora, de caminho, exigir o mesmo em relação à ASAE, porque estes casos que se passam na indústria também ocorrem- embora a outro nível e noutra escala- nos estabelecimentos de restauração, feiras ou mercados, colocando diversos problemas de saúde pública resultantes da falta de segurança alimentar.