Não vale a pena estar aqui a falar sobre o circo de Brasília. O que se passou ontem foi demasiado triste para ser verdade. O importante é lembrar como começou toda esta treta do impeachment: porque Dilma foi acusada de ter mandado o Tesouro atrasar as transferências de dinheiro para os bancos.
Foi a reboque desse pretexto ( que se fosse seguido em países democráticos levaria ao impeachment na maioria dos países europeus) que se seguiu todo este processo caricato, que irá promover um corrupto ao Palácio do Planalto, com o apoio daquilo que a sociedade brasileira tem de pior. Mas, como é hábito no Brasil - e em Portugal também, já agora- se corrupto for de direita, ou mesmo fascista, não tem problema. Se for de esquerda, mesmo que não haja provas de que é corrupto, condena-se o tipo na praça pública, escarnece-se da democracia e coloca-se no poder quem satisfaça os interesses dos DDT
O sangue brasileiro que me corre nas veias está em ebulição. Hoje é um dia triste para a democracia e para toda a América do Sul, demasiado sofrida com os governos corruptos de direita que martirizam os povos. Uma coisa, porém, me alegra. Pelo menos no Brasil, o povo soube reconhecer quem o tirou da fossa. A classe mérdia é que não tolera que faxineira deixe de ser pobre. Nem em telenovela, quanto mais na vida real!
Esperemos que aquilo não dê para o torto senão, em breve, sentiremos duas graves consequências em Portugal:
- Apesar das dívidas da Cofina ao Estado, o Correio da Manhã safa-se graças à imigração de brasileiros, porque terá de fazer um caderno extra para anúncios de cariz sexual;
- As seitas religiosas multiplicar-se-ão, porque os seus líderes já sabem que o negócio em Portugal é muito rentável.