Há cinco anos era anunciada a vinda da troika. Semanas antes, uma aliança entre PSD, CDS, BE e PCP derrubara o governo minoritário do PS, abrindo caminho a um governo de direita. Passos Coelho dizia que governaria muito bem com o FMI. Catroga aplaudia.
Durante quatro anos e meio os portugueses foram alvo do maior saque de que há memória. Os trabalhadores foram enxovalhados, os jovens convidados a emigrar, os pensionistas roubados e os milionários aumentados. Tudo - diziam Passos e Portas- em defesa do interesse nacional.
Cinco anos e muitos sacrifícios depois, como está o país?
Famílias desmembradas por causa da emigração, pobres mais pobres, ricos mais ricos. Menos saúde e pior serviço nacional de saúde. Menos emprego e pior emprego (aumento do trabalho precário e política de baixos salários). Endividamento privado a crescer e poupança a baixar. Cidadãos a pagar prejuízos de bancos mal administrados. Dívida pública sempre a aumentar. Economia e exportações não atam nem desatam, mantendo os cidadãos na incerteza e o futuro do país uma incógnita.
Valeu a pena tanta angústia, tanto sacrifício e tanto sofrimento?