O "objecto" que vêem na foto está localizado no extremo marítimo do Parque da Cidade e marca a fronteira entre o Porto e Matosinhos.
Não vos sei dizer quando "o" vi pela primeira vez. Lembro-me, outrossim, que foi durante uma ida ao Porto que a minha Mãe fez questão de me levar lá. Assim que lá chegámos, perguntou-me:
O que é isto? Explicas-me?
Devo dizer que não fazia a mínima ideia, mas enquanto via a escultura flutuar, lembrei-me que se estávamos em Matosinhos, poderia ser uma rede de pesca para prestar homenagem aos pescadores.
A resposta não satisfez totalmente a minha Mãe porque, embora se tratasse de uma rede, era especificamente um camaroeiro. Por outro lado se um dos objectivos da escultura era homenagear os pescadores, não era o único. Explicou-me, então, que os pilares ( torres) em que a rede assenta evocam as chaminés das conserveiras, noutros tempos uma das principais fontes de receita de Matosinhos.
O nome da escultora ( que mais tarde vim a saber ser a americana Janet Echelman) é que ela não recordava mas, em compensação, informou-me que os tripeiros tinham apelidado a escultura de anémona, porque não sabiam o que "aquilo" efectivamente significava.
Ficámos durante mais alguns minutos a observar o ondular constante da escultura. Quando deixámos a praça de S. Salvador ( toponímia que a minha Mãe me ensinou nesse dia) eu já sentia uma inexplicável afeição por "aquela coisa".
Quando regressámos a casa, depois do almoço, voltei a passar por lá. Estava convencidfo. Indiscutivelmente era uma anémona. O povo tem (quase) sempre razão