Ontem, por mero acaso, vi o debate entre Sampaio da Nóvoa e Marcelo Rebelo de Sousa. Não me surpreendeu o facto de Marcelo ter sido cilindrado por Sampaio da Nóvoa que colocou a nu todas as fraquezas ( não me refiro apenas às contradições) do candidato que Passos Coelho e Portas foram obrigados a engolir.
O que me surpreendeu foi o contraste entre a postura serena de Sampaio da Nóvoa e o descontrolo total de Marcelo. É verdade que o professor nunca gostou de ser contrariado e já no tempo da Faculdade reagia mal quando se sentia acossado, mas pensava que a tarimba política lhe tinha dado alguma frieza, mas foi demasiado notório ao longo do Marcelo não está minimamente habituado a ser confrontado e se descontrola quando é sujeito ao contraditório. Este descontrolo é muito desaconselhável a um PR que garante ir exercer o seu mandato com base na conciliação.
Animado com o debate de ontem, hoje decidi ver o confronto de Marcelo com Maria de Belém.
Os primeiros minutos quase me levaram a mudar de canal, pois o estilo peixeirada ameaçava perdurar. Maria de Belém tentou seguir a mesma estratégia de Sampaio da Nóvoa mas, obviamente, ficou muito aquém do ex reitor.
Maria de Belém tem alguma tendência para deixar fugir o pé para o chinelo e também tem alguns pontos fracos que Marcelo soube explorar. De qualquer modo ficou claro que Marcelo não resiste a um confronto e perdeu claramente ambos os debates.
Se em Portugal os debates servissem para ganhar eleições, Marcelo teria perdido qualquer hipótese de chegar a Belém, depois da prestação nestes dois debates.
Ironia do destino, seria caso para dizer que a mesma televisão que durante décadas lhe granjeou a fama e a notoriedade suficiente para se candidatar a Belém, lhe retirou a hipótese de lá chegar em apenas 24 horas