Entre os vários discos de Charles Aznavour da minha discoteca em vinil, escolhi este por uma razão: a capa.
Hoje em dia, será difícil encontrar uma capa de um CD, ou um anúncio a um filme ou programa de televisão, onde o protagonista esteja a fumar. Depois, o ar negligé de Aznavour é muito sixties, e revejo-me muito nessa forma de estar...
Seria mais fácil pegar num dos retumbantes sucessos deste arménio ( e são tantos!) mas, pese embora nenhuma das canções deste 45 rpm de 1962 ter sido um sucesso estrondoso, este dueto com Liza Minneli ( Les comediens) merece uma audição atenta.
Recordo também a canção que, aos 36 anos, catapultou Charles Aznavour para o sucesso, depois de vários anos ignorado, criticado e malquisto. Foi graças a Edith Piaf que não abdicou de uma carreira na Europa e foi viver para Montreal. A diva apostava nele e noseu sucesso.
Que chegou na noite de 12 de Dezembro de 1960 no Alhambra ( não o imponente palácio de Granada, mas sim uma pequena sala de espectáculos parisiense). Nessa noite, Aznavour encerrou o seu espectáculo com uma canção escrita para Yves Montand, ( je m'voyais déjà) que o cantor/actor nascido em Itália, mas símbolo francês, recusou.
A década de 60 foi de ouro para a canção francesa. Muito particularmente para este arménio que conquistou adeptos entre jovens e adultos Sucessos como "Que c'est triste Venise"( 1964), "Et pourtant" ( 1963) "La Boheme" (1965), "La Mamma" (1963), "Hier encore" (1964) ou o magistral "Il faut savoir" ( 1961) fazem parte da discografia de qualquer melómano francófono que se preze ( como penso ser o meu caso).
No dia 10 de Dezembro ( 2 dias antes de se assinalar o 56º aniversário do sucesso no Alhambra) Aznavour virá cantar a Lisboa
Aos 92 anos, mesmo sem a voz que o caracterizou, o cantor que a Arménia promoveu a herói nacional, não deixará de cantar os seus grandes sucessos . E, certamente, outras canções menos conhecidas do grande público, mas que pontuaram a sua carreira. Estou a lembrar-me, por exemplo de "Comme ils disent" ( 1972) uma canção que aborda abertamente a homossexualidade, tema ainda tabu naquela época.
E é com esta canção de Charles Aznavour que vos deixo. Tenham uma boa noite.
Caro Carlosamigo
ResponderEliminarEmbora só tenha 75 anos, a 19 de Dezembro estou lá caído...
A VELHA E O CÃO
Uma pausa na Saga da Alzira para ser brevemente publicado um post diferente sem ironia, a atirar para o drama. Como habitualmente a publicação será anunciada blogue a blogue
Henrique, o Leãozão
Oh dear!!
ResponderEliminarMas em resposta a este post. Adorei este duo. Nao conhecia esta interpretacao.
Gosto imenso de Aznavour.
Este é a minha praia.
ResponderEliminarEstou a imaginar Aznavour em fundo enquanto degusto um fondue de queijo.
Aznavour consome-se bem, quer seja em vinil ou em cd.
ResponderEliminarOh, meu Deus! Que saudades do tempo em que ia estudar para o bar do Hotel Atenas ouvir: "Que c'est triste Venise". parece que foi "Hier, encore"! Agora não o vou ver, porque gosto de ficar com um imagem linda dos tempos aúreos, outra porque detesto multidões e a mais grave de todas, nunca iria ao Pavilhão Atlântico roubado pelo genro do graveto.
ResponderEliminarAznavour, sempre figurava nas paradas de sucessos. Época em que a musica francesa e a italiana chegavam até nós. Canções lindíssimas e inesquecíveis. É sempre bom recordar!
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