Se este número aparecer no visor do seu telemóvel, aconselho-o a não atender.
Depois de ser assediado em dias sucessivos com chamadas do número 300 503 123, que ignorei, esta manhã - quiçá roído por alguma curiosidade- decidi-me a descobrir quem me tentava contactar com tanta insistência.
Do lado de lá uma senhora perguntou se estava a falar com o senhor Carlos Oliveira. Perante a afirmativa, a senhora identificou-se:
"Estou a falar da Servilusa".
Senti um arrepio percorrer-me a espinha e tive o impulso de desligar, mas decidi enfrentar estoicamente o passo seguinte.
Depois de me informar que a conversa iria ser gravada, a senhora perguntou se eu já alguma vez recorrera aos serviços da Servilusa.
" Para mim ainda não"- respondi para aliviar o teor da conversa
"Muito bem" - retorquiu a senhora. E prosseguiu:
"Estou a contactá-lo para apresentar o Plano Funeral em Vida".
" Para mim ainda não"- respondi para aliviar o teor da conversa
"Muito bem" - retorquiu a senhora. E prosseguiu:
"Estou a contactá-lo para apresentar o Plano Funeral em Vida".
Controlei a fúria e apenas disse " É melhor a conversa ficar por aqui".
Simpaticamente, a senhora anuiu.
Nunca tinha recebido nenhuma chamada deste género e, durante todo o dia, não deixei de pensar se terá sido mera coincidência o facto de os telefonemas terem começado a surgir insistentemente, desde o dia em que soube os resultados de uns exames médicos feitos num Hospital. Que por acaso é privado.
Os negócios da morte perderam todo o pudor. Estimulados pela benevolência de um Código de Publicidade permissivo e pela promiscuidade entre os negócios da saúde e da morte.