Nos anos 60 não perdia um Festival da Canção. Era um momento alto no panorama televisivo e musical do país.
Nos primeiros anos em família, depois com amigos, a noite do Festival era sempre programada com antecedência. Lembro-me de alguns anos em que organizávamos votações, cujos resultados não coincidiam com as escolhas dos juris.
Recordo ainda muitas das canções vencedoras e perdedoras dos anos 60 e 70, mas antes do 25 de Abril dois momentos guardo na memória: a Desfolhada de Simone e a Tourada de Fernando Tordo. Sem esquecer, obviamente, a canção de Paulo de Carvalho, que serviu de senha ao 25 de Abril.
Este ano, pensei assistir ao Festival. Tinha especial curiosidade em ver os desempenhos de Adelaide ferreira e Simone de Oliveira. Esqueci-me das eliminatórias e no dia da final tinha melhor programa do que ficar diante de um ecrã de televisão.
Ontem à noite, enquanto navegava na Internet, ouvi acidentalmente a canção vencedora e dei por mim a pensar: se esta era a melhor, como não seriam as outras?
Hoje, soube que a miúda que ganhou tem grandes expectativas de vir a ganhar o Festival da Eurovisão. Eu sei que tudo é possível, mas uma carinha laroca não chega. É preciso ter voz e uma música que entre no ouvido. Não vi nenhuma dessas características na intérprete, nem na canção. Talvez me engane, mas desconfio que nem à final vamos. A não ser que o senhor Schaueble- para recompensar o beija mão da Marilú- meta uma cunha...