Todos aplaudem a liberdade de expressão, mas os aplausos cessam quando os interesses de alguns são beliscados.
Veja-se, por exemplo, o que se passou em Portugal no tempo de Sócrates quando duas dezenas de idiotas foram para a porta da AR protestar contra a falta de liberdade de expressão e em defesa de Mário Crespo e MMG.
Meses depois, alguns deles estavam no governo, outros em empresas e institutos públicos e uns quantos em gabinetes ministeriais .(Muitos deles, como se recordam eram jornalistas).
Entretanto Mário Crespo foi corrido da SIC e nem uma voz se levantou em sua defesa.
Depois da chacina no Charlie Hebdo, das manifestações em defesa da liberdade de expressão e da moda Je suis Charlie, temos assistido à mais vergonhosa onda de auto censura de que me recordo na Europa.
Finalmente, hoje, ficamos a saber que os patrões e accionistas do "Le Monde" acusam os jornalistas que divulgaram o caso Swissleaks de delatores, por terem divulgado o resultado de uma investigação.
A compra dos meios de comunicação social por poderosos grupos económicos e a governamentalização de canais públicos de televisão está a transformar aliberdade de expressão num mito. Cada vez haverá mais jornalistas a fazer auto censura, com medo de represálias. Outros estão a optar pela política.
Em breve, os jornalistas serão funcionários públicos ou empregados de empresas que se limitarão a cumprir ordens dos patrões.
O jornalismo precisa urgentemente de uma revolução que lhe devolva a dignidade e...a liberdade de expressão.