Embora consternado, devo reconhecer que compreendo a reacção de PPC à vitória do Syriza. É absolutamente normal que um homem que nunca fez nada de útil ou relevante em prol do país, nem se tenha destacado na sua vida profissional, a não ser por razões pouco claras, assuma que só a intervenção de uma fada o tenha tornado primeiro ministro.
A verdade é que Passos Coelho teve muitas fadas na sua vida. Nomeio apenas três. Ângelo Correia que lhe deu um emprego; Miguel Relvas que lhe deu a presidência do PSD; Cavaco Silva que lhe ofereceu o lugar de primeiro-minsitro.
É normal que um homem com esta carreira profissional e política brilhante ( só comparável ao líder da juventude laranja Duarte Marques) acredite em fadas e bruxas.
A sua biografia política ( pelo menos a mais recente) também é construída de episódios recheados de analogias com contos de fadas. Quando chegou à presidência do PSD foi “Aprendiz de Feiticeiro”; na campanha eleitoral foi “A cabrinha Mentirosa”; quando chegou a pm incarnou “Pinóquio”; ao longo do mandato tem sido personagem central de “Pedro e o Lobo”, e participado no elenco de “Os 3 Porquinhos”; quando (se) perder as eleições no próximo outono apagar-se-á " A lâmpada de Aladino".
Nada mais natural, portanto, que veja em Tsipras “A Bruxa Má” que o pode desmascarar e anular o feitiço, levando os tugas a perceber que foram enganados por um "Príncipe com Orelhas de Burro" .