"Mesmo sabendo que não gostavas
Empenhei o meu anel de rubi
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O velho Rivoli |
Bem no coração da cidade, entre a Avenida dos Aliados e a Rua Sá da Bandeira, está situado um dos edifícios culturais da cidade do Porto, mais conhecidos dos portugueses.
Imortalizado nas palavras de Carlos Tê, cantadas por Rui Veloso, o cine teatro Rivoli é o palco onde decorre o concerto da canção Anel de Rubi ( resumidamente a história de um tanso que empenha um anel para levar a namorada a um concerto e ao fim de meia hora ela pisga-se e deixa-o a cantar sozinho)
Inaugurado em 1913 com o nome de Teatro Nacional, passa a sala multiusos 10 anos mais tarde exibindo, além de teatro, cinema dança, ópera e, claro, concertos musicais.
Durante décadas “o Rivoli” foi uma sala de referência, mas no início da década de 70 a sua decadência era bem visível. O edifício deteriorou-se, o equipamento tornou-se obsoleto, a programação passou a ser descontinuada e o público foi-se afastando. Em 1989 a câmara municipal do Porto acabou por o adquirir mas, três anos mais tarde “o Rivoli” viria mesmo a encerrar as suas portas.
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O Rivoli actual |
Reabriria em 1997 como espaço multifuncional com dois auditórios e um café concerto restaurante.
Em 2006, Rui Rio decidiu entregar a gestão do espaço a privados, o que levantou alguma contestação, mas a ideia acabou por avançar, tendo o Rivoli sido concessionado a Filipe La Féria no ano seguinte. Em muito má hora, como hoje é possível constatar, devido ao estado em que Filipe La Feria o deixou. Algumas providências cautelares e processos judiciais depois, a câmara voltou a receber o Rivoli em 2011.
Em 2014, a equipa de Rui Moreira procurou revitalizar o espaço com o programa O Rivoli Já Dança que decorreu durante o último trimestre do ano.
O seu futuro é uma incógnita mas o novo director artístico, Tiago Guedes, está apostado em transformar o Rivoli de espaço de barriga de aluguer, para um espaço com programação e identidade própria.
Não será certamente uma tarefa fácil. Numa cidade que viu multiplicar os espaços culturais , mas não criou público suficiente para os frequentar, o Rivoli é uma espécie de elefante branco na cidade. Pelas suas dimensões, pela dificuldade em garantir uma programação permanente e pela falta de público.
Aconselho os leitores a fazerem uma visita ao Rivoli. Seja qual for o seu futuro, ficará eternamente ligado à história da cidade.