Cresci a ouvir dizer que “De Espanha, nem bom vento, nem bom casamento”. Com as alterações climáticas as coisas mudaram e, por estes dias, dos nossos vizinhos sopram ventos que nos trazem bons exemplos, que devíamos seguir por cá.
Quando há poucas semanas rebentou o escândalo de corrupção em Espanha, o primeiro ministro Rajoy veio de imediato pedir desculpa a todos os espanhóis. Por cá houve corrupção no caso dos submarinos ( como os tribunais alemães provaram), mas na AR os partidos da maioria garantem que foi tudo normal.
Neste momento há suspeitas de corrupção no caso dos vistos gold. Já houve detenções, mas o primeiro ministro mantém-se mudo e quedo , o vice-pm mentor da ideia idem e, até agora, apenas uma directora-geral, com fortes ligações a um ministro ( sócia de Miguel Macedo num escritório de advogados), se demitiu.Outros dois terão apresentado a demissão, mas Paula Teixeira da Cruz ainda não reagiu.
O vice pm , mentor da ideia, assobia para o ar, mas não tira consequências políticas deste caso onde há já a certeza de ter havido corrupção, falta apenas saber quem são os seus agentes.
Miguel Macedo tirou ilações políticas e teve a dignidade de demitir-se. Embora já o devesse ter feito, logo após a manif dos polícias, é o único a ficar bem na fotografia nestes dias conturbados.
Há dias, Eanes apontou o dedo aos portugueses, lembrando que a democracia não se reduz a eleições de quatro em quatro anos. É um processo contínuo, que exige do povo uma vigilância e acção constantes.
Assim como os espanhóis, nós também PODEMOS. Infelizmente, não queremos.