A imprensa de hoje dá destaque à notícia de que Pedro Passos Coelho não demitirá Nuno Crato, apesar da bagunça que lançou nas escolas.
Não é nenhuma surpresa. Por isso, não devia ter sequer honras de notícia. Muito menos de primeira página.
Dar relevo à teimosia de Passos é o mesmo que dar notícia sobre um cidadão que pisou cocó de cão numa rua de Lisboa. É tão banal, que não merece ser notícia
A questão não está em saber se o pm deve demitir Crato. PPC é teimoso, nunca demitiu um ministro e não seria agora, a meses das eleições legislativas que o iria fazer. Além disso, quem iria aceitar um lugar inquinado pela incompetência? Só um
boy igualmente incompetente, sequioso de enriquecer o curriculum com o desempenho do cargo. Como diz o povo
" p'ra melhor está bem, p'ra pior já basta assim".
O que deveria ser notícia é a razõa do apego de Crato ao lugar. Qualquer pessoa com um mínimo de vergonha na cara teria apresentado a demissão após o primeiro erro na colocação dos professores ou, “in limine”,logo após a bronca da última sexta-feira.
Se Crato tivesse um mínimo de dignidade e sensibilidade, reconheceria que prejudicou gravemente professores, familiares, alunos e pais.
A conduta indigna do ministro é que deve ser motivo de notícia. Um cobarde como Crato não tem estofo, nem perfil, para ser ministro. E só razões muito fortes ( que vão para além da vaidade, da falta de vergonha e da insensibilidade do ministro) podem explicar a razão de se manter colado ao lugar. Era essas razões que eu gostava de conhecer. Enquanto ele está lá e não depois dele sair, chutado pelos portugueses.
Pedro Passos Coelho pode ser questionado pela sua escolha e pela teimosia em manter Crato à frente do ME, mas o cerne da notícia não é o teimoso. É o cobarde que se aproveita da sua fraqueza.