Nos próximos dias terei oportunidade de escrever sobre a esmagadora vitória de António Costa.
Hoje, fico-me por um "mea culpa".
Hoje, fico-me por um "mea culpa".
Sempre manifestei a minha discordância com as primárias, mas sou obrigado a reconhecer que acabaram por ser benéficas.
Em primeiro lugar, pela mobilização cívica que proporcionou. A larga adesão de simpatizantes foi uma vitória para a democracia. (Cerca de 180 mil votantes)
Em segundo lugar, porque a fractura que sempre receei pudesse dar-se no PS, logo após as eleições,não se vai verificar. A dimensão da vitória de Costa contribui para somar e não para dividir.
Em terceiro lugar, ficou muito claro que a família socialista exigia uma mudança que só os seguristas não conseguiam perceber. O resultado foi uma lufada de ar fresco na vida política portuguesa.
Em quarto lugar, a mobilização mediática em torno destas eleições primárias foi francamente favorável ao PS. Compreendem-se os engulhos de Jerónimo de Sousa, cujas declarações - para ser simpático- reputo de muito infelizes. Já na S. Caetano à Lapa as garrafas de champagne ficaram por abrir e, como disse Marcelo Rebelo de Sousa, a partir de agora Passos Coelho terá muito com que se preocupar.
Finalmente (por agora) as primárias provocaram um élan que permite devolver a esperança a muitos portugueses. Mesmo que o PS não venha a ganhar com maioria absoluta, as pessoas que destruíram o país e o venderam ao desbarato a interesses estrangeiros, serão definitivamente varridos da sociedade portuguesa.
A verdade é que, se Seguro tivesse aceitado ir para Congresso, nunca teria havido esta mobilização na sociedade portuguesa em torno do PS.
Por isso, mesmo sem querer, Seguro acaba por ser um vencedor da noite. Espero é que esta noite, ao chegar a casa, não tenha ido ao baú buscar a faca com que andou a apunhalar Sócrates durante os últimos 10 anos.