Confirma-se que o Espírito Santo foi uma destas noites a Massamá para avivar a memória do primeiro-ministro.
Hoje, na AR, afirmou que nunca recebeu nada da Tecnoforma. Ou seja, recordou-se finalmente daquilo que até hoje garantia não ter memória.
O Espírito Santo foi mais longe quando desceu a Massamá. Lembrou a Passos Coelho que o dinheiro recebido afinal correspondia a despesas de representação. Ora bolas! Isto até eu era capaz de dizer ao senhor pm, não era preciso vir o Espírito Santo avivar-lhe a memória.
É claro que ficam por esclarecer as declarações de responsáveis da Tecnoforma que iam em sentido contrário, mas isso, a Tecnoforma promete explicar ainda hoje.
É óbvio que o facto de alegar ter apenas recebido despesas de representação em nada contribui para o apuramento da verdade. Entre outrascoisas, continua por explicar:
- quanto recebeu em despesas de representação? É que há um limite para essas despesas...
- porque não declarou essa verbas quando fez o requerimento?
- qual a compatibilidade dos montantes recebidos com o regime de exclusividade?
- como é que não se recordando de nada há uma semana, se conseguiu agora lembrar de tantos pormenores? (Ah, já me esquecia do Espírito Santo!!!)
Como continuam por esclarecer muitos outros aspectos que, deliberadamente, PPC não quer esclarecer.
Do que PPC não se esqueceu foi de mandar uma bicada a Sócrates, com insinuações torpes ao processo "Freeport".
Só faltou a PPC dizer que era preciso alguém nascer duas vezes para ser tão honesto como ele, mas isso era fazer concorrência a Cavaco.
Até agora continua tudo por esclarecer. Por muitas palmas e urros que a jagunçada da maioria lance nas bancadas, as dúvidas permanecem.
( Em actualização)
Confrontado por Catarina Martins sobre a evidência de, à época, ser normal atribuir despesas de representação para fugir aos impostos, PPC passou a referir-se a reembolsos, em vez de despesas de representação, para justificar as verbas recebidas da "filial" da Tecnoforma.
As dúvidas ainda se tornaram mais evidentes depois desta alteração terminológica introduzida por PPC, mas uma coisa parece certa: Passos Coelho está apostado em demonstrar que trabalhou à borla durante três anos para "abrir portas".
Acreditemos na bondade de PPC, mas ele deve ter sido o único porteiro, em todo o mundo, que nunca recebeu uma gorjeta!