Não assisti aos dois primeiros debates entre Costa e Seguro, porque estava de férias fora do país. As notícias que me foram chegando através de leitores davam conta de que não teria perdido nada mas, mesmo assim, hoje não perdi a oportunidade de assistir ao derradeiro debate. Não para ficar esclarecido- como simpatizante do PS há muito percebi que a continuidade de Seguro à frente do PS será um descalabro- mas para ver o que os candidatos tinham a dizer aos portugueses que se inscreveram para estas primárias.
A princípio o debate decorreu com espírito civilizado, parecendo contrariar a opinião de que seria mais um lavar de roupa suja. Por momentos, acreditei que Seguro tinha finalmente percebido que o seu adversário político era PPC e não António Costa.
António José Seguro, porém, fez questão de demonstrar que, tal como Passos Coelho, é sempre capaz de nos surpreender pela negativa. Vai daí, num acto de pura canalhice, resolveu trazer à colação o nome de um dos fundadores do PS (Godinho de Matos) para demonstrar que António Costa representa a promiscuidade entre o poder político e o mundo dos negócios.
Espero que os simpatizantes socialistas não esqueçam, no próximo domingo, que o Tozé está disposto a desonrar o passado do PS, sem o qual Seguro não seria nada na vida.
Mais do que uma canalhice à Passos Coelho, Seguro traiu o PS. É um pulha sem dignidade, sequer, para representar o PS.
Já diversas vezes acusei Seguro de oportunismo, pela forma como chegou à liderança do PS. Não me surpreende a sua postura canalha. Surpreende-me é que haja militantes do PS que o queiram ver como primeiro ministro. Felizmente, para todos nós, nunca será. Se isso acontecesse, seria razão suficiente para pedir asilo político a um país estrangeiro. Seguro não tem dignidade para representar o país em nenhuma instância internacional. É uma cópia de PPC e, como todas as cópias, é pior do que o original.
Deus nos livre de o vermos um dia em S. Bento.