Hoje comemora-se o Dia da Europa. Em vários países europeus é feriado. Olho para a Europa do século XXI e pergunto-me: vão comemorar o quê?
- Não terem reconhecido a vitória do Hamas e apoiado os corruptos, apesar de terem admitido que as eleições tinham sido livres e justas?
- Terem- se apressado a reconhecer a independência do Kosovo - um país que só existe no papel- e aberto o caminho para a proliferação de movimentos independentistas?
- Terem reconhecido e apoiado financeiramente o governo fascista da Ucrânia, eleito numa praça, por fascistas de braço no ar?
- Terem criado condições para o crescimento da extrema-direita na Europa?
- Terem esmifrado os povos do sul e enriquecido com a sua miséria?
- Terem promovido uma política de aumento das desigualdades?
- Terem criado novos escravos, com salários de miséria e liberalizado os despedimentos?
- Terem aumentado o desemprego, a pobreza e a fome?
-Terem desmantelado o Estado Social e promovido uma política social em que uma vaca recebe
um subsídio de 2€ por dia, superior ao que é conferido a um cidadão com fome?
Não há razões para festejos.A Europa - escrevo-o pela enésima vez- está a esboroar-se e
começa a ser pouco respeitada no mundo inteiro. Já toda a gente percebeu que a
UE interessa apenas a meia dúzia de países que pretendem explorar os restantes. Não foi esse o espírito dos seus fundadores.
Por isso, hoje, em vez de comemorar a construção europeia, despeço-me da Europa. Sem mágoa. Apenas com o desprezo
que sinto pelos crápulas. A Europa actual é isso. Um grupo de crápulas,
mentirosos, incompetentes, fascinados pelos cifrões, insensíveis com as pessoas
e programados como computadores, que governam um continente que já deu bons
exemplos ao mundo.