( Não, não é um post sobre futebol)
Esta semana, Benfica e FC do Porto abandonaram a Europa dos ricos. Em 2014 passarão a integrar a dos pobres, onde um triunfo vale apenas tostões.
Vitória de Guimarães, Paços de Ferreira e Estoril foram expulsos da Europa, passando a pertencer ao grupo dos sem abrigo que se terão de contentar com a solidariedade dos portugueses e aquilo que a escassez interna permita distribuir.
O que se passa no mundo do futebol é o mesmo que se passa na vida dos portugueses. Enquanto o governo anda eufórico a anunciar o fim da recessão que em 2014 permitirá ao país, quando muito, ter acesso à sopa dos pobres, os portugueses dividem-se entre os que militarão numa Europa de segunda, a par de cipriotas, gregos, romenos e búlgaros e os que serão expulsos da Europa, apesar de continuarem a receber os salários e pagar as dívidas em euros.
Os nossos governantes fazem-me lembrar Os Simples, de Guerra Junqueiro. Moralistas, cultivadores da vida rural, simples e frugal, do regresso ao passado salazarento, casto e temente a Deus, a libertinagem que conduz alegremente o país para o abismo, não se cansa de destacar as suas virtudes e competência na tarefa de destruição da nossa identidade. Tal como Jesus e Fonseca , apostados em fazer valer as suas estratégias, negligenciando o valor dos plantéis que têm ao seu dispor (contribuindo para desvalorizar os jogadores que agora irão enriquecer outros clubes ) também Coelho e Portas , ao persistirem teimosamente no seu fanatismo ideológico, empobreceram e desvalorizaram os portugueses, obrigando-os a emigrar e assim contribuir para o enriquecimento de outros países, com mão de obra qualificada cuja formação foi paga por todos nós.
Felizes e orgulhosos com o seu trabalho de vendilhões da Pátria, Coelho e Portas deixarão o país em ruínas mas, tal como Fonseca e Jesus, serão recompensados com cargos bem remunerados em plantéis europeus sempre dispostos a pagar a traidores e incompetentes.