Normalmente divirto-me a ler as bacoradas do Raposo no “Expresso” on line,
mas o artigo dele hoje é sobremaneira mal intencionado para ficar sem resposta.
Integra-se na campanha de intoxicação do governo contra a função pública que conta com a colaboração de muitos comentadores, cuja recompensa é igual à dos jornalistas do regime: mais dia, menos dia, são convidados para o governo.
Henrique Raposo faz algumas perguntas, visando intoxicar a opinião pública, por isso, decidi dar-lhe aqui as respostas.
Então aqui vai:
Henrique Raposo- Por que razão o funcionário público tem uma mão cheia de privilégios em relação ao cidadão comum?
CR-Dizer que os funcionários públicos têm privilégios é um lugar comum. Importa-se de dar um exemplo desses privilégios?
HR-Por que razão não pode ser despedido mesmo quando se torna excedentário?
CR- Quem foi que disse que não pode ser despedido? O TC não foi certamente. Apenas vincou que- tal como acontece com os trabalhadores do privado- não podem ser despedidos de forma absolutamente aleatória, como o governo pretende. Como á tentei explicar-lhe noutro local, o governo não pretende reduzir o número de funcionários públicos. Pretende apenas substituí-los por gente com cartão laranja ou azul e amarelo.
HR- Por que razão trabalha menos 5 horas por semana?
CR-Penso que está a comparar com o horário dos trabalhadores do sector privado. Quantos trabalhadores do privado a trabalharem entre 35 e 38 horas semanais quer que lhe apresente?
HR-Por que razão tem a melhor parte do SNS (a ADSE)?
CR-Por uma razão simples: paga-a! Desconta todos os meses mais 2,5% do que os trabalhadores do privado.
HR-Por que razão o cálculo das pensões da CGA é muitíssimo mais favorável do que o cálculo da Segurança Social?
CR-Confesso que a esta não sei responder fundamentadamente, mas tenho uma suspeita. Sabe que até há pouco tempo, os funcionários públicos ganhavam muito menos do que os do sector privado?
HR-No fundo, por que razão vivemos num regime que consagra uma aristocracia, o funcionalismo público?
CR- Está enganado, senhor Raposo! Se existe alguma aristocracia é a dos comentadores que escrevem artigos como este, com objetivo de instigar o ódio dos leitores contra os funcionários públicos e, quiçá, mendigar um lugar no governo. Prevejo que, dentro de dias, venha aí um artigo a fomentar o ódio dos jovens contra os velhos. Nessa altura, perguntar-lhe-ei se os jovens de hoje foram paridos pelos mais velhos, ou feitos em laboratório. Para terem tanto ódio aos pais, devem mesmo ter sido feitos em provetas!