Já se percebeu que quem governa é absolutamente ignorante sobre a coisa pública.
Não faz a mínima ideia como funciona a máquina do Estado. Desconhece as funções dos serviços. É incapaz de determinar os pontos de confluência entre organismos (por vezes sob a alçada deo mesmo ministério) com competências de tal modo próximas, que podem criar sobreposições e conflitualidades. Não sabe discernir entre a percentagem do orçamento de cada serviço que é gasta em mordomias e a que é utilizada para cumprir a sua função. Não consegue determinar o desperdício com chefias intermédias, porque desconhece o “ratio”.
Daí que, quando falam de reforma do Estado, os senhores governantes só falem de cortes. Em vencimentos e em pessoal. Exactamente o que diria qualquer idiota, apanhado por uma câmara de televisão e um microfone, num inquérito de rua sobre o assunto.
Não tenho a veleidade de querer ensinar aos nossos governantes como se faz uma reforma do Estado, mas sempre lhes digo que se querem cortar tenho muitas ideias sobre o assunto e nenhuma delas esquece que os funcionários públicos são pessoas. Iguaizinhas às que trabalham no privado. Com família. Com direitos que devem ser respeitados. Que assinaram de boa fé um contrato com o Estado, por que pensavam ser uma pessoa de bem e mais fiável que alguns ladrõezitos de casaca, a operar no sector privado.
Mas se o governo insiste nos cortes, tenho algumas boas sugestões que vou deixar aqui nos próximos dias.