Hoje foi um dia rico em recados.
Começou na AR, durante a discussão da moção de confiança censura ao governo apresentada pelos Verdes.
Na sua intervenção, PPC deu um puxão de orelhas ao PS e procurou- uma vez mais- condicionar o PR apresentando como facto consumado a remodelação combinada com Portas.Seguro não respondeu à altura. Pelo contrário...calou-se. Falou Carlos Zorrinho que se mostrou ofendido com a tentativa de PPC condicionar a decisão do PS e a acção do PR.
Logo de seguida, Cavaco falou desde as Selvagens. Não só para dizer que estava muito confiante num acordo entre os partidos, mas também para reafirmar que não haverá governo de iniciativa presidencial. Quer isso dizer que vai engolir o que PPC lhe apresentar à frente? Tudo indica que sim...
À noite, na intervenção no Conselho Nacional - transmitida em directo pelas três televisões- PPC voltou a mandar recados ao PS, deixando no ar a ideia que ou Seguro aceita o que ele quer, ou então não há acordo. Pelo caminho, mandou uma ferroada a Cavaco, criticando a hipótese de eleições em 2014.
Não deixa de ser curioso este bate bola entre Cavaco e Coelho, mas só encontro uma explicação: Cavaco terá obtido da parte de Seguro um compromisso de que é possível chegar a um acordo e Passos Coelho sabe-o.
No PS estalou definitivamente a guerra e Seguro- que já estava entalado- ficou emparedado. Se assina o acordo, o PS esfrangalha-se. Não só porque Seguro será ainda mais contestado internamente, mas também porque ficou claro que o PSD elevou a parada e qualquer acordo que venha a aceitar, resultará de uma cedência do PS.
Se não assina, tem de explicar de modo muito convincente,as razões que levaram ao rompimento. Tarefa que não será fácil, até porque os comentadores estão maioritariamente ao lado do governo. Tem no entanto um trunfo. Recorrer às declarações dos parceiros sociais que exigem uma alteração de rumo, que o governo se recusa a fazer.
Ou consegue explicar muito bem isso aos eleitores, ou o PS será fortemente penalizado em eleições. Sejam elas em 2013, 14, ou 15.