O ministro desmentiu, mas a realidade é lixada e confirmou que Gaspar se quer ver livre de pelo menos metade dos funcionários públicos com contratos a prazo, até final do ano.
Torci o nariz, porque me pareceu que havia algo escondido naquela notícia. Fui investigar e deparei com uma situação ainda mais mal cheirosa. Acontece, quando se mexe na m.....
E o que é que encontrei? Nada de palpável, apenas um testemunho de um director -geral, porque aqui não haverá papéis, apenas palavras.
Segundo aquele responsável, o governo terá dado ordens aos serviços públicos para indicarem, até final de Julho, 15% dos funcionários dos quadros dos serviços que dirigem, que devem serdespedidos requalificados.
Torci o nariz, porque me pareceu que havia algo escondido naquela notícia. Fui investigar e deparei com uma situação ainda mais mal cheirosa. Acontece, quando se mexe na m.....
E o que é que encontrei? Nada de palpável, apenas um testemunho de um director -geral, porque aqui não haverá papéis, apenas palavras.
Segundo aquele responsável, o governo terá dado ordens aos serviços públicos para indicarem, até final de Julho, 15% dos funcionários dos quadros dos serviços que dirigem, que devem ser
Ou seja: até final do próximo mês, os directores gerais e equiparados terão de elaborar uma lista com nomes de funcionários que irão alimentar os Oliveira e Costa, Dias Loureiros, Ulrichs e demais banqueiros, instituições financeiras e administrações de empresas públicas que andam a roubar os contribuintes, com a aquiescência do governo.
Competirá a esses funcionários abdicarem dos seus salários para que o dinheiro vá directamente dos seus bolsos para os de um grupo de gatunos encartados e licenciados com alvará, por Vitor Gaspar y sus muchachos.
Não queria ser director geral por estes dias. Por amor à minha consciência recusaria elaborar uma lista de Schindler de funcionários públicos e condená-los ao desemprego, para satisfazer os apetites vorazes do etíope escurinho e sua comandita de agiotas.Teria de me recusar a fazê-lo e, obviamente, ser-me ia apontada a porta de saída por desobediência.
Tenho a certeza que muitos directores gerais terão os mesmos problemas de consciência. Tentarão tornear a questão o melhor que puderem, mas acabarão por obedecer às ordens superiores. Muitos passarão muitas noites intranquilas, com a consciência a provocar-lhes insónias por serem responsáveis pelo aumento do número de famílias em dificuldades. Outros, rejubilarão. Com um brilhozinho nos olhos aproveitarão a oportunidade para se desfazerem de funcionários incómodos, ou de quem simplesmente não gostam, por não serem suficientemente bajuladores, ou simplesmente " porque não vão com a sua cara".
Uns e outros contribuirão à sua maneira para aquilo a que Pedro e Gaspar chamam eufemísticamente " Reforma do Estado".
O cristão novo Portas aparecerá compungido, diante das câmaras de televisão, a lamentar a ocorrência, mas a dizer que a apoia em nome dos superiores interesses do país. Ou, por outras palavras, o interesse em manter-se agarrado ao pote, à custa de um exército de desempregados.
Para que a declaração produza mais efeito, encomendou previamente a Pires de Lima e outras personalidade do partido (onde se incluem dois membros do governo) uma moção de estratégia cheia de frases misericordiosas, assentes numa compungente vacuidade
Hitler enviou os judeus para as câmaras de gás, para defender a raça. Paulo Portas envia funcionários públicos para o desemprego, em nome da sua estratégia pessoal: manter-se à tona, custe o que custar. A diferença entre os dois é que Paulo Portas gosta de se fazer passar pelo homem bom que quer sempre o melhor para os portugueses e finge estar em desacordo com o governo. Uma Comédia de Enganos, onde só os parvos se deixam enganar.