Ainda sou do tempo em que a Europa era olhada com admiração e até alguma inveja a partir do hemisfério sul. Hoje, a Europa é com indiferença e até alguma comiseração que os sul americanos falam da Velha Europa, a única região do mundo em recessão há cinco anos. Poucos acreditam que a Europa saia desta crise e temem que a política de austeridade suicida alastre de tal forma a outras regiões do globo, que uma guerra seja inevitável.
No entanto, o nome de Schaueble provoca ainda mais indignação. Um artigo da "Economist" sobre o ministro alemão retrata-o como uma personagem sinistra, que mexe os cordelinhos da Europa e não hesita em destruí-la para defender os interesses da Alemanha.
Há dias alguém me lembrava um filme sobre um chefe da Mafia paraplégico, que não hesitava em destruir tudo à sua volta, para se vingar do seu estado, provocado por um ataque de um rival que visava a sua morte.
Tal como aconteceu com Schaueble, o assassino falhou e o chefe da Mafia não morreu.Na sua cadeira de rodas, torna-se implacável na prossecução de um objectivo: destruir toda a concorrência, sem problemas em liquidar os seus amigos e aliados, para atingir os seus objectivos.
Schaueble e os seus homens de mão, como Vítor Gaspar, estão apostados em destruir a Europa, com a imposição de medidas de austeridade criminosas aos países do sul. A cabrinha alemã, apenas interessada em ganhar eleições, vai fazendo como Passos Coelho em relação a Gaspar. O monstro continua a crescer com os colaboracionistas do costume: os homens da Goldman Sachs.
É essa Europa que a América do Sul hoje despreza, mas também teme, pela sua capacidade destrutiva. E, claro, a Alemanha é mais uma vez vista como o motor de uma nova guerra mundial. Nada de surpreendente, porque os alemães só existem precisamente para isso: desencadear guerras e lançar em chamas o continente europeu, sempre que alguém se opõe aos seus objectivos expansionistas.