Há dias em que me arrependo de ler os jornais de uma ponta à outra. Hoje foi um desses dias.
Na página 55 do DN, Francisco Mangas lembra que faz hoje 15 anos que um criminoso e pedófilo, condenado a 13 anos de prisão, aproveitou uma licença precária para se evadir do estabelecimento prisional de Vale de Judeus e refugiar-se em Copacabana, onde se desdobrou em entrevistas às televisões.
Acusado, julgado e condenado, por ter matado um jovem de 15 anos de quem terá abusado( ou tentado abusar?) sexualmente, a fuga do padre Frederico levantou suspeitas de conluios entre Igreja e poder político e discussões acesas, com intervenientes que agora prefiro não recordar.
Lembro-me que na altura da hilariante - para não dizer degradante - “fuga” do Padre Frederico para o Brasil foram várias as vozes que se levantaram contra a justiça portuguesa, acusando-a de estar a querer enxovalhar a Igreja Católica.
Alguns órgãos de comunicação social alimentaram esta tese, favorável às pretensões do clero. Da Igreja Católica, não me recordo de ter ouvido qualquer condenação. Neste momento, com a descoberta dos inúmeros casos de pedofilia em todo o mundo- a que não falta um proxeneta que, no Vaticano, arranjava miúdos com que alimentava os vícios privados de alguns- consta que em Portugal haverá membros do clero sob suspeita.Não me surpreenderei se o número vier a aumentar substancialmente. Surpreender-me-ei, outrossim, se o aclamado Papa Francisco mantiver o silêncio sobre este caso.
Depois vem-me à memória o badalado encontro entre Relvas e Dias Loureiro no Copacabana Palace e tenho uma súbita vontade de vomitar.