Desde que criei o CR, todos os anos tenho dedicado o mês de Março às mulheres. Já aqui escrevi sobre a origem desse dia, sobre a evolução dos direitos cívicos e das condições de trabalho das mulheres, sobre mulheres portuguesas e internacionais que se destacaram na luta pela igualdade de direitos.
Este ano limito-me a fazer uma vez mais a pergunta:
Ainda faz sentido celebrar o Dia Internacional da Mulher?
Actualmente, o grande problema que se coloca às mulheres ocidentais já não é o da desigualdade no acesso ao ensino ou ao mercado de trabalho. É a violência doméstica.
Sendo um flagelo que, em vez de diminuir, parece ter tendência a aumentar em tempo de crise, merece ser ldebatido neste dia.
No momento actual, talvez fizesse mais sentido falar do Dia Internacional da Solidariedade entre as Mulheres. Um dia em que as mulheres fossem solidárias com as que ainda não conseguiram alcançar um estatuto de igualdade com o homem no plano cívico e dos direitos humanos, e vivem num plano de subalternidade. Dir-me-ão que esse é o sentido do DIM. Será, mas não é o que a prática nos mostra, principalmente desde que a sociedade de consumo ocidental se apropriou da data e a transformou em mais um pretexto para consumir o desperdício.
Com efeito, se a Mulher ocidental conseguiu, através da sua luta, obter direitos laborais e de cidadania, o mesmo não acontece com as mulheres árabes e africanas. Seria talvez oportuno que nesse Dia Internacional da Solidariedade entre as Mulheres, em vez de se recordar as que se distinguiram nesta ou naquela área, se destacassem exemplos de mulheres que lutam para que as mulheres de todo o mundo tenham os mesmos direitos das ocidentais.
Entretanto, depois da fotografia que hoje dediquei a todas as leitoras, é altura de lembrar, a quem ainda lá não foi, que
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