E se entre Seguro e António Costa estiver alguém a preparar no silêncio dos bastidores uma terceira candidatura? Seria uma surpresa? Certamente... ou talvez nem tanto... é com o efeito surpresa que muitas vezes se ganha um partido e se empolga um país. E, a acontecer, nem seria caso inédito na nossa História recente...
quinta-feira, 24 de janeiro de 2013
Justiça social
Olga, mãe solteira com um filho para sustentar, começa a trabalhar às 8h30 e “larga” às 17.30. Para arredondar o seu magro salário mínimo faz uns biscates pela vizinhança.
Vítor é especialista num gabinete ministerial.Não tem horário de trabalho, nem filhos para sustentar. Tem carro de serviço sempre às ordens, plafond abonado para o telemóvel, ajudas de custo, despesas de representação e outras mordomias. No final do mês, recebe 6 mil €.
Vítor é uma pessoa com sentido de justiça por isso, perante a crise, alvitrou que os salários fossem congelados, ou mesmo reduzidos. Não, não se referia ao dele, mas sim ao de Olga.
Preparem-se para descontar mais na saúde!
Embora considere que se trata de mais uma canalhice do governo,( porque mais uma vez não respeita a palavra e rasga um contrato unilateralmente) não prevejo grandes convulsões, se o governo acabar com a ADSE.
O que me parece ignóbil é o governo dizer que se trata de acabar com privilégios. Por duas razões:Primeiro: os funcionários públicos e pensionistas do Estado pagam a ADSE, contribuindo mensalmente com mais 1,5% de descontos, do que os trabalhadores do privado.
Segundo: não acredito que o governo, ao acabar com a ADSE, vá reduzir os descontos dos funcionários públicos e pensionistas. Serão os trabalhadores do privado a descontar mais 1,5% , o que significa mais um rombo no seu salário mensal.Vale uma aposta?
É melhor os trabalhadores não abrangidos pelo subsistema de saúde começarem a perceber que também serão afectados com o fim da ADSE.
Contra os mouros, marchar, marchar!
As autarquias nortenhas uniram-se em protesto contra as novas portagens, cuja implantação o governo está a estudar.
Alguns deputados da maioria, eleitos pelos círculos de Viana do Castelo ( o distrito mais afectado) e Braga juntaram-se, timidamente, ao coro de protestos, não vá o diabo tecê-las e em eleições futuras os eleitores darem-lhes um pontapé no rabo.
Entretanto, a imprensa noticia que várias empresas do Norte se estão a deslocalizar para a Galiza, fartas de serem martirizadas com impostos.
Muito provavelmente o governo irá recuar (pelo menos parcialmente) na sua intenção. Convém, no entanto, não perder a oportunidade para reflectir sobre a perda de influência do Norte.
Tudo começou quando se esboroaram algumas das indústrias – especialmente a têxtil- que
geravam riqueza. O outrora próspero Vale do Ave é, actualmente, um exército de
desempregados, de famílias em dificuldades para garantir o seu sustento, que
convive, paredes meias, com muita luxúria e desperdício. Enquanto esta situação
persistir, o Norte não se vai levantar e continuará a ser uma zona de
recrutamento de emigrantes, aumentando assim a desertificação.
O Norte é, hoje, a região mais
pobre do país. Precisa de revitalização e sangue novo para inverter a
tendência de queda da última década.
Arreigadas a tradições, resistentes à mudança, as gentes do
Norte dificilmente sairão deste marasmo decadente se não se empolgarem num
projecto de desenvolvimento de âmbito regional que aproveite as vantagens da
sua proximidade com a Galiza. Duvido que a regionalização seja o remédio para a
cura, embora acredite que vale a pena tentar. Até lá, porém, as gentes do norte têm de dar um valente murro na mesa e de manifestar de forma veemente a sua oposição ao centralismo exasperante que na última década lhe retirou protagonismo.
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