Em dia de greve geral, Cavaco abriu a boca. Mais um sinal de que o homem quando fala ou tem bolo rei na boca, ou diz asneira. Em dia de greve geral veio dizer aos portugueses que está a trabalhar. Veio confirmar que está a fingir-se de morto. Depois de receber o embaixador da Colômbia voltou a hibernar. Provavelmente até inaugurar outro hotel de luxo.
quarta-feira, 14 de novembro de 2012
Isto vai acabar mal...
A greve geral foi um sucesso. A manifestação foi ordeira. Depois de terminada, ficaram alguns milhares de manifestantes em frente à AR.
Bem posicionado em frente à polícia, de cara tapada e trajado de uma forma que indiciava perfeitamente ao que vinha, um grupo de catraios começou a arremessar pedras, garrafas e petardos contra a polícia. Não eram mais do que uma dezena mas, durante uma hora ( talvez mais...) não deram tréguas à polícia que se foi defendendo como podia com os escudos.
Como era previsível, a determinada altura a polícia reagiu. De forma demasiado violenta? Talvez...mas quem ousa criticá-los?
Para além de feridos de ambas as partes, não haveria muito mais a dizer, não se desse o caso de, perante o crescendo da contestação, continuarmos a assistir ao discurso de um governo autista, marcado pelo cinismo e ameaças veladas e a um presidente da república que continua a comportar-se como um boneco. Sem reação, sem um mínimo de sentido de Estado e co total desprezo pelo sofrimento de milhares de portugueses.
Este governo há muito perdeu a legitimidade, porque mentiu aos eleitores. Há muito mostrou ser incapaz e incompetente. Já teria sido demitido se tivessemos um PR em Belém. Como temos um boneco, mesmo que a casa comece a arder ( e tudo indica que em 2013 o incêndio será inevitável) limitar-se-á a assistir ao incêndio, como um qualquer pirómano tresloucado.
Vêm aí dias difíceis. O primeiro sinal de que o povo sereno, ordeiro e habituado a sofrer está a perder a paciência, foi hoje dado.
É previsível que em Janeiro, aqueles que ainda têm emprego, ao ver o assalto aos seus salários, percam também a paciência. Isto vai acabar mal... só o governo e o PR parecem não acreditar.
A propósito, relembro a frase que desde ontem encima o CR. (Aproveito para dizer que conduz a um link que irá variando, pelo que vos sugiro que de vez em quando façam um clik)
Agonia
" Pesa sobre nós uma imensa tristeza.
Quem olha ao longe e ao largo para este triste país vê só indiferença, tristeza, apatia.
Perto de nós a Espanha morre também em agonias ásperas e dolorosas.
Porque nesta terra, protegida pela clemência da Natureza,num solo fecundo, úbere, num clima sereno, com carácter sofredor,com braços robustos, com força da alma e lucidez de espírito, esta triste raça morre no entorpecimento, sem esperanças, sem remédio?
Tudo o que faz oficialmente, reformas,melhoramentos, economias, leis, regulamentos, são apenas alterações de forma. A decadência é íntima, estéril, destruidora.
Todas as feições da decadência se enraizaram em nós: temos a corrupção e a devassidão como no Baixo Império; temos a futilidade , o desleixo, o escárnio, como na monarquia de 87; temos o embrutecimento como a Turquia; temos o impudor político, a vileza oficial, o desprezo pela pátria.
Quem nos salvará? O sistema presente fecundamente aplicado? A ascensão do novo mundo económico?
Que nome há-de ter na História esta época portuguesa? (...)"
Eça de Queiroz in " A Folha do Sul", 20 de Janeiro de 1867 ( citado in A Pátria dos Abusos)
Quem olha ao longe e ao largo para este triste país vê só indiferença, tristeza, apatia.
Perto de nós a Espanha morre também em agonias ásperas e dolorosas.
Porque nesta terra, protegida pela clemência da Natureza,num solo fecundo, úbere, num clima sereno, com carácter sofredor,com braços robustos, com força da alma e lucidez de espírito, esta triste raça morre no entorpecimento, sem esperanças, sem remédio?
Tudo o que faz oficialmente, reformas,melhoramentos, economias, leis, regulamentos, são apenas alterações de forma. A decadência é íntima, estéril, destruidora.
Todas as feições da decadência se enraizaram em nós: temos a corrupção e a devassidão como no Baixo Império; temos a futilidade , o desleixo, o escárnio, como na monarquia de 87; temos o embrutecimento como a Turquia; temos o impudor político, a vileza oficial, o desprezo pela pátria.
Quem nos salvará? O sistema presente fecundamente aplicado? A ascensão do novo mundo económico?
Que nome há-de ter na História esta época portuguesa? (...)"
Eça de Queiroz in " A Folha do Sul", 20 de Janeiro de 1867 ( citado in A Pátria dos Abusos)
A ressaca
Menos de 24 horas depois de Merkel ter feito rasgados elogios à coragem do governo português, fica a saber-se, pelo Banco de Portugal, que o défice para este ano deve ultrapassar os 6%. O INE constata que o desemprego continua a aumentar e a recessão se agravou em Outubro. O Banco de Portugal prevê que a queda do PIB em 2013 seja de 1,6%.
O Conselho Económico e Social- presidido pelo social democrata Silva Peneda- renovou os avisos para o desastre económico e social que se adivinha, criticou a política autista do governo, lançou um repto velado ao PR para que não deixe passar o OE, mas o pastel de Belém mantém-se em silêncio. Incapaz de agir, porque está refém de PPC, a quem ofereceu o governo de mão beijada, depois das rábulas escatológicas protagonizadas durante a campanha para as presidenciais.
Portugal subiu ao 5º lugar no ranking dos países em risco de bancarrota, os juros subiram para próximo de 9%. No último mês os sinais de desastre não param mas, intrépidos, Coelho e Gaspar continuam o seu caminho rumo à bancarrota e à destruição de um povo, perante a passividade de um imbecil que se passeia pelos corredores de Belém.
Portugal subiu ao 5º lugar no ranking dos países em risco de bancarrota, os juros subiram para próximo de 9%. No último mês os sinais de desastre não param mas, intrépidos, Coelho e Gaspar continuam o seu caminho rumo à bancarrota e à destruição de um povo, perante a passividade de um imbecil que se passeia pelos corredores de Belém.
Merkel pode ter muitos defeitos, mas não é burra. As declarações que ontem fez em Lisboa assentam como uma luva na sua estratégia e essa é a explicação para ter dado como boas as informações que PPC lhe terá “vendido”, embora saiba muito bem que o nosso primeiro lhe mentiu acerca da realidade do país.
Admito que o pastel de Belém lhe tenha tentado abrir os olhos, mas a chancelerina preferiu dar ouvidos àquilo que lhe convém. A dívida portuguesa é boa para os cofres da Alemanha,por isso os portugueses que se lixem e continuem a servir de cobaias para o experimentalismo da hamburguesa com pelos. Até quando é que os portugueses vão aguentar de braços cruzados? Até estarem exactamente na mesma situação dos gregos? Nessa altura será tarde para reagir. Demasiado tarde...
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