O filho do meio é uma espécie de recheio da sanduiche familiar. Não tem os privilégios do filho mais velho, nem as atenções do mais novo, mas é sempre alvo de comparações com ambos.
Na cena europeia, Portugal ocupa hoje esse indesejável lugar. Os pais europeus não lhe concedem os privilégios da Grécia, nem lhe prestam a mesma atenção que à Espanha. Apenas se limitam a fazer comparações, apontando defeitos e (algumas) virtudes que o diferenciam dos irmãos, realçando as primeiras e menorizando as segundas.
Como qualquer filho do meio, Portugal quer evidenciar-se, conquistar o apreço dos pais e distanciar-se das comparações com os irmãos, mas nem o facto de ser bom aluno concita grande atenção dos progenitores. Quando o filho meio chega a adulto torna-se, muitas vezes, o filho rebelde para marcar a diferença e atrair as atenções. Para o conseguir, no entanto, tem de ter cabeça e não deitar tudo a perder. Procurar bons amigos e boas companhias é essencial para obter o reconhecimento familiar. Desgraçadamente, Portugal anda em más companhias e não tem cabeça, por isso é um caso perdido. O filho enjeitado que os pais apontarão, mais cedo ou mais tarde, como a ovelha tresmalhada, cujo exemplo não deve ser seguido no seio familiar.
É entre os filhos do meio que há mais psicopatas, frustrados e casos de suicídio. Portugal está quase a suicidar-se, porque anda em más companhias, não teve bons mestres e não conseguiu ser bom aluno.