Este governo deve pensar que nacionalizou o povo. Só assim se explica que, sendo acérrimo defensor do corte nas gorduras do Estado, continue a insistir na receita de corte de salários, em vez de cortar a eito nas adiposidades da máquina estatal, sorvedouro de recursos que serve para alimentar centenas de chefias intermédias sem qualquer serventia, comissões e grupos de trabalho que ninguém sabe o que fazem, centenas de assessores, especialistas, motoristas, secretárias e adjacentes mordomias esdrúxulas.
Há dezenas de direcções gerais que funcionam como departamentos dos ministérios (não têm qualquer autonomia) cuja existência apenas se explica para alimentar centenas de chefias adiposas, mas que o governo não extingue, porque são os chamados "lugares de recuo" onde poderá encaixar centenas de boys na hora da despedida.